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 | Divulgação/Eeva-Liisa Isomaa
| Foto: Divulgação/Eeva-Liisa Isomaa

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Último final de semana de Le Corbusier

No próximo domingo, dia 7, encerra-se, também no MON, a exposição Entre Dois Mundos, que reúne diversos trabalhos do arquiteto suíço Charles-Edouard Jeanneret, conhecido por Le Corbusier. A mostra conta com 140 obras do artista, produzidas entre 1945 e 1965, ano de sua morte.

Le Corbusier é considerado um dos mais importantes arquitetos do século 20. Ao lado de Walter Gropius, Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Mies Van der Rohe e de Oscar Niemeyer, ele é um dos principais nomes da arquitetura moderna.

Estão expostos projetos, maquetes, livros e fotografias do arquiteto, provenientes da fundação Le Corbusier, em Paris. A exposição também inclui pinturas, desenhos, esculturas, tapeçarias, colagens e litografias do artista.

A influência brasileira

Segundo Le Corbusier, existem lugares privilegiados no planeta, e o Brasil seria um deles. "O Brasil é um desses lugares acolhedores e generosos que gostamos de poder considerar como um amigo", escreveu durante uma passagem pelo Rio de Janeiro, em 1962.

O arquiteto se envolveu em alguns projetos no Brasil, como os do Ministério da Educação e Saúde e da Cidade Universitária, no Rio de Janeiro; e da Embaixada da França, em Brasília. As experiências vividas aqui levaram-no a um novo período – brutalista – de suas obras.

A partir da influência brasileira, o concreto armado vira a matéria-prima em seus trabalhos, e o quebra-sol, pensado para impedir a incidência direta de raios solares, junta-se às construções suspensas, à planta e à fachada livres, características de suas obras. (RV)

  • Ao retratar cachoeiras, rios e o mar na Finlândia, a artista evoca tradição do romantismo nas artes de seu país

A dificuldade do idioma – não se percebe qualquer semelhança entre o português e o finlandês – dissipa-se quando Eeva-Liisa Isomaa abre seus livros. Um sorriso surge no rosto e percebe-se o olhar saudosista sobre as imagens que mostra a cada página folheada.

Esses gestos são universais e não necessitam tradução. Todos nos sensibilizamos de alguma forma com imagens do passado cada vez que abrimos antigos álbuns de fotografia. Nos "álbuns" de Eeva, há a referência de sua infância, em um vilarejo no Vale do Rio Tórnio, em Ylitornio, no norte do país escandinávio.

O Diário da Água, exposição da artista, abre amanhã para visitação no Museu Oscar Niemeyer (MON) e revela sua relação com as paisagens, todas envoltas em água – cachoeiras, rios e o mar.

Suas obras são compostas por fotografias sobrepostas, impressas em diversos materiais transparentes como a seda. Outra característica são as cores frias – também reflexo da região onde vive –, como o preto, o chumbo e o verde, mostrando o ambiente bucólico da exposição.

Os livros não serão manuseados pelos visitantes, e talvez as imagens não sejam tão atraentes, afirma Eeva. "Elas relembram sentimentos. Cada paisagem remete a alguma lembrança das pessoas". Ela ainda explica que a sobreposição de imagens simula as mudanças às quais as próprias paisagens estão sujeitas. "Uma paisagem nunca é igual o tempo todo. Está sempre mudando", completa.

Seus livros de memórias são lidos da mesma forma como o cérebro codifica as imagens, associando a elas diversas lembranças, de forma não-linear. "É como vemos as imagens na nossa mente. Diversas conexões são feitas. Paisagens e lembranças se misturam."

Além dos tecidos, a artista utiliza o acrílico e placas de metal como suporte dos conteúdos gráficos. Em alguns de seus livros – que chegam a medir três metros de altura – são utilizadas as mesmas técnicas usadas há mais de 500 anos, época dos primeiros livros impressos.

Finlândia e Brasil

É a primeira vez que a artista plástica vem ao Brasil, e encantou-se com Foz do Iguaçu. "Pude ver diversas paisagens relacionadas ao meu trabalho", diz Eeva. O curador da mostra é o brasileiro Edson Cardoso, casado com uma finlandesa (Helena), que vive na capital Helsinque há seis anos. Desde 2004, o casal traz exposições de artistas da Finlândia para o Brasil – e vice-versa –, por meio da Arte Vira Arte (AVA), galeria administrada pelos dois.

Helena acompanhou a entrevista e explicou que a ideia de trazer Eeva à cidade faz parte de um projeto de intercâmbio entre os dois países. O Fundo Finlandês de Intercâmbio de Arte (Frame, da sigla em inglês) patrocinou a exposição, com o apoio da embaixada da Finlândia no Brasil. Eles pretendem abrir um instituto cultural que permita ampliar este intercâmbio, para que outros artistas possam vir ao Brasil, explica a esposa do curador.

Embora pouco conhecida por aqui, Eeva é considerada a sucessora da tradição de pintura de paisagem romântica do século 19, renovada com técnicas de arte gráfica. Na verdade, ela prefere dizer que suas obras aproximam-se das pinturas do período, mas admite que as influências românticas são notórias.

Em 1998, foi premiada em duas bienais internacionais, uma no Japão, na cidade de Sapporo, e outra na República Checa, na capital Praga.

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