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Bryan Cranston, o Walter White da série Breaking Bad, poderia ter sido melhor aproveitado | Divulgação
Bryan Cranston, o Walter White da série Breaking Bad, poderia ter sido melhor aproveitado| Foto: Divulgação

Cinema

Confira informações deste e de outros filmes no Guia do JL.

No bom cinema-catástrofe, e a lógica vale também para filmes de monstros, o perigo eminente tem efeito catártico sobre as vidas das pessoas. Os personagens, quando bem desenvolvidos, geralmente também estão enfrentando dilemas pessoais de maior ou menor envergadura, que frente à ameaça de um fenômeno da natureza, ou de uma criatura capaz de dizimar o que vier pela frente, percebem a necessidade de redimensionar seus problemas e lutar pela vida (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

A nova versão americana de Godzilla não chega a alcançar esse nível de excelência, mas chega perto. Vai além do mero exercício de virtuosismo tecnológico, usando e abusando de efeitos visuais e sonoros. E tampouco se contenta em ser apenas pretexto para longas cenas de ação que levam a trama do nada a lugar algum, algo que se observa hoje em nove em cada dez blockbusters contemporâneos.

No longa do diretor britânico Gareth Edwards, o monstro, espécie de dinossauro mutante de proporções gigantescas, é menos uma alegoria para falar da ameaça nuclear, como seu ancestral japonês que veio ao mundo em 1954. Mas não deixa de ser uma espécie de alarme que força todos a prestarem atenção aos rumos que o planeta, e sobretudo a humanidade, está tomando.

Talvez o maior trunfo do filme, no entanto, seja brincar com a expectativa do público: o longa provoca a imaginação do espectador dando pistas do que seja Godzilla, o mostrando muito aos poucos, dele fazendo uma espécie de ameaça ao mesmo tempo onipresente e invisível até o trecho final da história, quando emerge com força destruidora. Grandioso, triunfante. E não será em confronto com os humanos, pobres coitados, que ele vai se digladiar, mas com um casal de monstros à sua altura. No caminho dessas criaturas em rota de colisão, cenas de destruição de proporções apocalípticas, muito bem realizadas.

"Estrelas"

Para ser um filme melhor, talvez falte a Godzilla um pouco mais de atenção aos personagens, como foi dito no início deste texto. Edwards tem a seu serviço atores do quilate de Bryan Cranston, o Walter White da série Breaking Bad, e a estrela francesa Juliette Binoche, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por O Paciente Inglês. Mas os desperdiça em certa medida, os colocando em papéis coadjuvantes demais. GGG1/2

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