Mistérios e poderes em série

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Afinal de contas, que diabos é o Projeto Dharma? Onde foram parar Michael e Walt? Quem são os "Outros"? As perguntas, bastante familiares para os fãs de Lost, ficaram pairando no ar com o término da segunda temporada da série, que após ser exibida pelo canal pago AXN no ano passado, vem sendo transmitida pela Rede Globo, nas noites de segunda-feira, com sucesso de audiência, apesar do horário, depois do Jornal da Globo.

As respostas para tais questões – que, pela lógica, seriam reveladas na terceira temporada do seriado – permanecem entre a galeria de mistérios ainda não decifrados nos novos episódios de Lost, que passam a ser exibidos no Brasil pelo AXN, a partir do dia 5 de março, às 21 horas. Dividida em duas partes, a terceira temporada de Lost estreou nos EUA em outubro de 2006. Após a exibição de seis episódios, houve um intervalo de 13 semanas e os 16 episódios restantes vêm sendo transmitidos pelo canal americano ABC desde o dia 7 de fevereiro. Apesar do atraso, o seriado chega ao Brasil sem qualquer pausa em sua exibição.

Centrados nos habitantes que vivem no lado oposto da ilha ao que caiu o vôo 815 da Oceanic – apelidados pelos sobreviventes de os "Outros" –, os seis primeiros episódios da terceira temporada apresentam vários novos personagens, entre eles Paulo, um dos que escaparam com vida do acidente aéreo, interpretado pelo brasileiro Rodrigo Santoro. Quanto aos personagens já consolidados, a trama se ocupa especialmente de Jack (Matthew Fox), Kate (Evangeline Lilly) e Sawyer (Josh Holloway), raptados pelos Outros no fim da segunda temporada e agora mantidos prisioneiros em uma espécie de comunidade, liderada por Ben (ex-Hanry Gale, interpretado por Michael Emerson).

Por aumentar o número de tramas paralelas ao invés de resolver as já existentes, e por deixar um tanto de lado personagens queridos de público como Hurley (Jorge Garcia) e Charlie (Dominic Monaghan), a terceira temporada de Lost vem sendo alvo de críticas de público e da imprensa especializada. O descontentamento reflete-se na audiência do programa, que chegou a registrar 23 milhões de espectadores na temporada passada e agora não passa dos 18,8 milhões, média considerada pelo instituto Nielsen Media Research como a menor de todas as temporadas da série. Tanto que a ABC já anunciou que pretende abandonar a estratégia de dividir o número de episódios da série em períodos distintos durante a próxima temporada, que deve ainda contar com uma semana de episódios consecutivos.

Mas, enquanto Lost amarga uma queda de 16% de audiência na faixa etária que vai dos 18 aos 49 anos (a mais visada pelos anunciantes do programa), outro seriado vem abocanhando essa fatia de público sem pudor. Trata-se de Heroes, seriado criado por Tim Kring (do drama policial Crossing Jordan), que estréia no Brasil na próxima sexta-feira, às 21 horas, no Universal Channel. A série do canal NBC, que aposta no revisionismo de super-heróis surgidos no universo cotidiano, característica altamente explorada nas histórias em quadrinhos, vem sendo considerada um fenômeno de audiência nos EUA, graças à marca de 14,1 milhões de espectadores que conferiram o seu episódio de estréia, exibido em 25 de setembro.

Composta por 18 episódios e produzida pela dupla Jeph Loeb e Tim Sale (profissionais da área das HQs celebrados por parcerias como Homem-Aranha Azul e Hulk Cinza), Heroes apresenta dez personagens principais que descobrem possuir habilidades extraordinárias e acabam tendo seus destinos entrelaçados graças a elas. Entre os heróis, está a líder de torcida Claire Bennet (Hayden Pannietière), que percebe ter o dom de se regenerar após inúmeras e variadas tentativas de suicídio; o japonês Hiro Nakamura (Masi Oka), fanático por HQs, que desenvolve o poder de se teletransportar e alterar a passagem do tempo; o artista plástico viciado em heroína Isaac Mendez (Santiago Cabrera), que pinta acontecimentos do futuro quando está sob o efeito de drogas, e mais uma infinidade de super-heróis que, combinados, devem render mais algumas boas temporadas e índices ainda mais elevados de audiência. No Brasil, os direitos de transmissão pela tevê aberta de Heroes foram adquiridos pela Record, que ainda não tem previsão de quando passa a exibir a série em sua programação.