Moacyr Scliar é sepultado

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Porto Alegre - O escritor e médico sanitarista Moacyr Scliar foi sepultado por volta do meio-dia de ontem no Cemitério Israelita de Porto Alegre. A cerimônia foi restrita a familiares e amigos do autor.

Scliar morreu na madrugada de domingo, aos 73 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado no centro de terapia intensiva do Hospital das Clínicas de Porto Alegre desde o dia 16 de janeiro, quando sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico.

Após o sepultamento, a família do escritor divulgou uma nota em que agradeceu as manifestações de solidariedade recebidas e falou sobre Scliar como literato – "dono de uma mente brilhante e criativa" – e como familiar – "generoso, apaixonado e de uma dedicação ímpar". "Seu legado é imortal. Moacyr, hoje somos nós que te abraçamos. Milhões!", conclui o texto, parafraseando o título do último livro escrito por ele, Eu Vos Abraço, Milhões.

O corpo de Scliar foi transferido da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde foi velado, para o cemitério ontem pela manhã. O sepultamento seguiu a tradição judaica e durou cerca de uma hora e 15 minutos.

O rabino Guershon Kwaniewski iniciou o serviço religioso com a leitura de salmos e encaminhou o corpo para um banho ritual, que simboliza a purificação.

Depois, Scliar foi envolvido em uma mortalha branca e recebeu o talit (manto religioso em forma de xale). As franjas do acessório foram cortadas, o que evoca a liberação dos preceitos e mandamentos da religião quando a pessoa morre. O corpo voltou para o caixão, que foi novamente lacrado.

Na esplanada do cemitério, parentes e amigos acompanharam quatro discursos fúnebres – o do irmão Wremyr Scliar, o do cunhado Ruben Oliven, o do amigo Abraão Finkelstein e o do rabino.

O caixão foi ao túmulo e parentes e amigos lançaram porções de terra com as mãos como última homenagem ao escritor.