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Presente Líquido é o nome de uma das três mostras inauguradas ontem na Casa Andrade Muricy, em Curitiba. O "líquido" é o eixo que a redatora do texto de apresentação da mostra, a crítica de arte Juliana Monachesi, encontrou para colocar em perspectiva as obras expostas de 12 artistas brasileiros contemporâneos. Em alusão ao livro Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, a crítica descreve o mundo de hoje como um local de fluxo de redes econômicas e políticas.

A arte dos 12 autores de dez regiões brasileiras integram Presente Líquido oferecem uma imagem desse mundo, segundo Monachesi. Ao lado, a peça de Alexandre Volgler apaga as torres gêmeas em uma panorâmica de Nova Iorque fragmentada em um quebra-cabeça. "A modernidade líquida [...] sem fronteiras e sem identidades definidas, apagou-se do horizonte de Nova Iorque o maior ícone da solidez de uma sociedade e de um tempo, depois da queda das torres, definitivamente encerradas no passado", afirma a crítica.

Os temas centrais do mundo e da arte de hoje também são tema, por meio de técnicas e suportes diferentes (escultura, pintura), dos trabalhos de Caetano Dias, Carlos Enrique Bevilacqua, Divino Sobral, Enrica Bernadelli, Fabio Tremonte, Hilal Sami Hilal, Marcone Moreira, Nina Moraes, Tatiana Grinberg, e Walton Hoffmann. Eliane Prolik, única curitibana a participar da mostra ao lado de Walton Hoffmann, expõe a peça "Em Terra", adotando uma série de procedimentos formais para atribuir valor e restituir interesse a famosos e banalizados ditos populares.

A mostra é resultado de uma parceria pouco usual entre uma galeria de arte mineira e uma instituição do governo do Paraná. A idéia foi de Juliana Monachesi e da galerista Carminha Macedo, de Belo Horizonte. "Queremos promover mais eventos como esse, ou seja, pegar os artistas contemporâneos e não fazer apenas o trabalho de exposição, mas levar os artistas para fora da cidade e do país, em parcerias com museus e instituições", explica Macedo, acrescentando que mostra foi possível graças a um convite da Casa Andrade Muricy.

De Curitiba

Gravadores de Curitiba é outra mostra coletiva inaugurada ontem, no mesmo local. Reunindo os trabalhos de 23 artistas residentes na capital paranaense, a exposição pretende promover debate sobre as potencialidades das técnicas de gravura e apontar as tendências regionais dentro do gênero. Dulce Osinski, Eliana Araújo, Everly Giuller, Loizel Guimarães, Glauco Menta e Violeta Franco são alguns dos artistas contemplados pela seleção. O espaço inaugurou ontem, ainda, a mostra individual de pinturas de Estela Sandrini, com 15 trabalhos recentes baseados no tema "Luzes Que se Apagam", da trilha sonora do filme Luzes da Ribalta, de Charles Chaplin.

Serviço: Presente Líquido, Luzes Que Se Apagam e Gravadores de Curitiba. Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915), (41) 3321-4786. Terça a sexta-feira das 10 às 19 horas; sábado, domingo e feriados, das 10 às 16h. Até o dia 30 de novembro. Agendamento de visitas monitoradas: (41) 3321-4816. Informações: www.pr.gov.br/cam

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