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Pinturas de John Graz estão expostas ao lado de desenhos, peças de mobiliário e tapeçaria | Divulgação
Pinturas de John Graz estão expostas ao lado de desenhos, peças de mobiliário e tapeçaria| Foto: Divulgação

Na mostra Os Modernos Brasileiros, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer desde setembro, John Graz aparece como um dos artistas fundadores da identidade do mobiliário brasileiro. Uma poltrona e uma escultura de sua autoria convivem com criações de Lasar Segall, Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi e de mais de uma dezena de arquitetos e desenhistas.

Para dar mais atenção a cada artista, a curadora Consuelo Cornelsen planeja desdobrar a exposição em mostras individuais. John Graz é a primeira – e única certa até o momento. A partir de hoje, expõe 180 trabalhos do suíço, que fez carreira entre os modernistas brasileiros, na sala Guignard do MON.

As obras mais numerosas são desenhos e pinturas mantidos pelo Instituto John Graz, em São Paulo, além de esculturas do acervo pessoal da viúva, Anne Graz, mais três peças de tapeçaria e oito móveis por ele desenhados, que colecionadores particulares, como o cineasta Hector Babenco, em­­prestaram. O mobiliário guarda ainda muita influência europeia, sobretudo da art déco, mas as pinturas e mesmo os desenhos de móveis são frutos da fase em que Graz já havia absorvido a brasilidade.

"John Graz, quando veio ao Brasil (em 1920), trouxe um domínio completo e uma multiplicidade técnica do fazer artístico, seguindo a influência do mestre modernista Ferdinand Hodler (seu conterrâneo)", diz Consuelo. Aqui, o suíço participou da Semana de Arte Moderna, de 1922, e partilhou do ideário de incorporar a pintura e o design à vida brasileira.

"Ele absorveu de forma absoluta a ideia de nacionalismo, do nosso meio, das nossas cores, da nossa luz, e retratou essa revolução nas artes, a ruptura com a linguagem e a busca de expressões novas", completa a curadora. Em seus múltiplos talentos, Graz se misturou aos artistas brasileiros a ponto de, segundo Consuelo, não se perceber em sua obra um olhar estrangeiro.

A curadora responde pela concepção da mostra, mas contou com o trabalho de outros dois colegas paulistas, Sérgio Campos, corresponsável pela curadoria de Os Modernos Brasileiros, e Sérgio Pizoli, curador do Instituto John Graz. O primeiro selecionou obras do instituto e do acervo da senhora Anne Graz, enquanto o segundo saiu em busca do mobiliário.

Se depender da vontade da cu­­radora paranaense, o próximo desdobramento de Os Modernos Brasileiros será uma individual da arquiteta Lina Bo Bardi. "Tenho que aguardar as mudanças de go­­verno e de orientação dentro do MON. Mas, particularmente, já es­­tou preparando o acervo. Todos esses modernos têm uma obra monstruosa. Uns vão para a arquitetura, outros para o design de joia ou pintura. Quero mostrar a di­­versidade de talentos de uma pessoa só", diz.

Serviço:

Exposição John Graz (confira o serviço completo da exposição). Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico), (41) 3350-4400. Abertura hoje. Visitação de terça a domingo das 10 às 18 horas. R$ 4 e R$ 2 (meia). Compra de ingresso até 17h30. Até 3 de abril de 2011.

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