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Dividida entre Europa e Brasil, Marília Vargas volta hoje a se apresentar em Curitiba | divulgação
Dividida entre Europa e Brasil, Marília Vargas volta hoje a se apresentar em Curitiba| Foto: divulgação

Até esta terça-feira, o Paço da Liberdade era lembrado por Marília Vargas como um espaço que servia um café daqueles. Mas a cantora lírica, que passa metade do tempo na Suíça e metade em São Paulo, onde está envolvida em diversos projetos, volta a sua terra natal para lançar, às 12h30 de hoje, o disco Tempo Breve Que Passaste. "Falei para os músicos que me acompanham: 'Vamos chegar às 10 horas ao Paço, tomar um café e ficar para o concerto'", disse Marília, aos risos.

O disco – segundo trabalho da cantora como solista e 12.º álbum de que participa –, resgata um repertório de modinhas e reúne referências na música erudita na­­cional, como Ricardo Kanji (flauta), Guilherme de Camargo (violão, viola de arame e guitarra portuguesa), Rosana Lanzelotte (pianoforte, "importado" do Rio de Janeiro) e Maria Alice Brandão (violoncelo barroco). São nove faixas de modinhas de compositores diversos – Cândido Inácio da Silva (1800-1838), Raphael Coelho Machado (1814-1877) e Giuseppe Forlivesi (1791-1833), entre eles –, que ganharam um arranjo modernizado até mesmo com vernizes da bossa nova.

"É um repertório histórico, mas 'vivo'. Tem um toque atual. E eu queria cantar música brasileira. Acho importante prestigiar nossos compositores", explica a soprano.

A maioria do material para a pesquisa foi recolhido por Guilherme de Camargo, que dispõe, explica Marília, de uma vasta biblioteca musical em sua casa. "Começamos a ler e escolhemos o que mais gostamos", diz a cantora.

A outra parte do disco é composta pelas árias Marília de Dirceu, poemas musicados de Tomás An­­tonio Gonzaga. Referências no contexto poético-musical da mo­­dinha portuguesa do final do sé­­culo 18, são obras pouco gravadas e difundidas no país.

Maturidade em cena

Em 2009, Marília Vargas lançou Todo Amor Desta Terra, seu primeiro CD solo, em que resgatou canções paranaenses. É perceptível, talvez pela escolha do repertório e pelos músicos que o acompanharam, um avanço na interpretação da cantora em seu segundo disco. Marília está aparentemente mais solta e, por isso mesmo, mais segura. O sentimentalismo, algo lúdico das modinhas luso-brasileiras, coube bem à sua voz.

Marília Vargas iniciou seus es­­tudos de canto com Neyde Thomas, aos 12 anos. Formou-se em Canto Barroco na Schola Cantorum Basiliensis, na Suíça (2001), e especializou-se em lied (canções de amor do período romântico), na classe de Christoph Prègardien, no Conservatório de Zurique (2005).

Serviço:

Marília Vargas – Tempo Breve Que Passaste. Sesc Paço da Liberdade (Pça. Generoso Marques, 180), (41) 3234-4200. Dia 18, às 12h30. Entrada franca.

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