Morreu nesta quinta-feira (25), em Buenos Aires, aos 92 anos, o artista León Ferrari, reconhecido por suas obras provocativas contra o governo militar e a Igreja, além de abordarem o sexo e o poder de modo original e inventivo.
Ferrari, que se exilou no Brasil entre 1976 e 1991 - durante a ditadura militar argentina (1976-1983) -, teve um de seus filhos desaparecidos por conta da repressão. Ele viveu em São Paulo e tem duas netas morando na cidade, Florencia e Anna.
Sua primeira individual foi em Milão, em 1955. Nessa época, fazia estruturas de madeira e aço e esculturas. Em 1965, ganhou prêmios por "La Civilización Occidental y Cristiana", um Cristo pregado num avião bombardeiro norte-americano. Em 2007, ganhou o Leão de Ouro na Bienal de Veneza.
Suas obras causaram várias polêmicas. Uma delas foram as duras críticas por parte da Igreja, comandada pelo atual papa Francisco, de uma retrospectiva sua no Centro Cultural Recoleta, em 2004. Grupos de seguidores entraram e atacaram as obras.
"É um horror, é um horror", disse Ferrari, diante da notícia sobre a eleição de Jorge Bergoglio, hoje conhecido como papa Francisco. "Vai ser um papa muito autoritário, com certeza."
Nos últimos tempos, Ferrari, já doente de câncer, não assistiu à abertura da mostra em sua homenagem atualmente em cartaz no instituto cultural da ESMA, ex-centro clandestino transformado em museu de direitos humanos.
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