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O ator francês Philippe Noiret, conhecido mundialmente pelo seu papel em "Cinema Paradiso", entre outros filmes, morreu esta quinta-feira aos 76 anos. Ele lutou durante três meses contra um câncer, informou seu empresário.

O rosto bonachão e sereno fez dele também o eleito para interpretar o poeta chileno Pablo Neruda na versão de Massimo Troisi e Michael Radford, "O carteiro", em 1994. Mas antes, em 1988, Noiret já havia marcado gerações de cinéfilos mundo afora. Em "Cinema Paradiso", de Giuseppe Tornatore, ele viveu Alfredo, o projecionista ranzinza - de coração enorme -de um cinema da pequena cidade da Sicília. Impossível esquecer as cenas do garoto Toto, que fica hipnotizado com o cinema, local que ainda encantava crianças que não conheciam a televisão.

Noiret foi um dos mais atuantes atores da França

Nascido em 1º de outubro de 1930, em Lille (norte da França), Noiret trabalhou com alguns dos principais cineastas franceses, em particular Bertrand Tavernier, Louis Malle e Jean-Paul Rappeneau. Também esteve muito ligado ao teatro, onde deu seus primeiros passos na carreira artística.

Depois de fazer cursos de interpretação com Jean Vilar, Noiret estreou na tela grande pelas mãos de Agnes Varda, em "La Pointe courte", embora tenha se revelado no cinema com "Zazie no metrô", de Louis Malle (1960).

Durante anos só apareceu em papéis secundários até que, em 1966, Rappeneau o resgatou para o papel de protagonista em "A farsa do amor e da guerra". No ano seguinte, seu trabalho em "Alexandre le Bienhereux", de Yves Robert, o consagrou como ator de cinema.

O polêmico "La grande bouffe", de Marco Ferrari, que escandalizou o Festival de Cannes em 1973, foi seguido pela sua larga colaboração com Tavernier, com quem rodou "L'Horloger de Saint-Paul" (1973), "Que a festa comece" ("Que la fête commence", 1974), "A vida e nada mais" ("La vie et rien d'autre"), que lhe valeu, em 1990, o segundo César, o Oscar do cinema francês, depois de já ter ganho, em 1976, por "O velho fuzil", de Robert Enrico.

Com Yves Boisset, trabalhou em "O atentado" (1972) e "Un taxi mauve" (1977), e com Philippe de Broca em "Os caprichos de Marie" (1970) e "Tendre poulet" (1977).

Muito elogiado na Itália, onde rodou filmes com Mario Monicelli, entre outros diretores. Nos anos 80 e 90 trabalhou em muitas comédias francesas de grande sucesso de bilheteria, entre elas a saga de "Os três mosqueteiros".

Sumidos nos anos 90, o ator voltou ao teatro, uma atividade que nos últimos anos dividiu com o cinema. Seu último trabalho na tela foi em 2005, com o filme político "Edy", de Francois Berléand.

Adorador da vida no campo, dos cavalos e de charutos, Noiret, que desde 1962 estava casado com a atriz Monique Chaumette, foi durante anos um dos rostos mais populares do cinema francês.

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