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O escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna, de 87 anos, morreu nesta quarta-feira (23), às 17h45, na cidade de Recife, Pernambuco.

O velório será aberto ao público a partir das 23h desta quarta-feira (23), no Palácio do Campo das Princesas, na área Central do Recife. Já o enterro será no Cemitério Morada da Paz, às 16h, desta quinta-feira (24).

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O autor e membro da Academia Brasileira de Letras estava internado no Hospital Português, no Recife, se recuperando na UTI da unidade de saúde depois de passar por uma cirurgia na noite da segunda (21). Suassuna sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico e foi internado na unidade de saúde por volta das 20h.

No dia 21 de agosto do ano passado, ele foi atendido no mesmo hospital por causa de um infarto, "com comprometimento cardíaco de pequenas proporções". Uma semana depois, passou mal e voltou a ser internado, sendo submetido a uma arteriografia para corrigir um aneurisma que vinha lhe provocando fortes dores de cabeça.

O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Geraldo Holanda ,e o Acadêmico Evanildo Bechara representarão a ABL nas cerimônias fúnebres, em Recife.

Suassuna deixa a viúva Zélia Suassuna, com quem teve os filhos Joaquim, Maria, Manoel, Isabel, Mariana e Ana.

No trabalho, Ariano trabalhava em um novo livro havia mais de 20 anos, e dizia estar longe de terminar.

Biografia

Irreverente, Ariano Vilar Suassuna nasceu no dia 16 de junho de 1927, em Nossa Senhora das Neves, que hoje é conhecida como João Pessoa, capital da Paraíba.

Com mais de 15 peças teatrais, seis romances ficcionais e algumas outras obras – entre as quais, livros de poesia – depois, Suassuna consolidou-se como um dos maiores dramaturgos do país. Sua obra mais conhecida é "O Auto da Compadecida", escrita em 1955. A peça, que narra a trajetória de Chicó e João Grilo, retoma elementos da literatura de cordel e satiriza quem se preocupa apenas com bens materiais.

Em 2007, ele assumiu a secretaria de Cultura de Pernambuco a convite do governador Eduardo Campos, e chegou a ocupar outros cargos até deixar o governo recentemente, em abril de 2014. O ano de 2007 também foi marcado pela celebração dos 80 anos do escritor em todo o Brasil. As homenagens o levaram a viajar de Norte a Sul do país. O que era um fardo para o escritor que detestava avião.

Sobre o passar dos anos, o autor brincava: se soubesse que chegar aos 80 anos daria tanto trabalho, teria ficado nos 79.

As principais obras de Ariano

TEATRO

"Uma Mulher Vestida de Sol" (1947)"Auto da Compadecida" (1955)"O Casamento Suspeitoso" (1957)"O Santo e a Porca" (1957)"A Pena e a Lei" (1959)"Farsa da Boa Preguiça" (1960)

ROMANCE

"A História do Amor de Fernando e Isaura" (1956)"Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta" (1971)"História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana" (1977)

POESIA

"Ode" (1955)"Sonetos com Mote Alheio" (1980)"Sonetos de Albano Cervonegro" (1985)"Poemas" (1999)

ADAPTAÇÕES

>>>"Auto Da Compadecida"

A mais famosa obra de Suassuna já ganhou várias adaptações. Em 1969, foi levada às telas como "A Compadecida" (1969). Armando Bógus vive o protagonista João Grilo e Antônio Fagundes, seu parceiro Chicó.

Em 1987, a peça voltou aos cinemas em "Os Trapalhões no Auto da Compadecida", com direção de Roberto Farias. Renato Aragão e Dedé Santana encarnavam, respectivamente, João Grilo e Chicó.

A mais conhecida adaptação é de 1999, numa minissérie da Globo de quatro capítulos transformada em filme de sucesso no ano seguinte. Com a letra "o" adicionada ao título, o trabalho foi dirigido por Guel Arraes. Matheus Nachtergaele (João Grilo) e Selton Mello (Chicó) interpretaram com brilho a dupla central.

>>> "A Farsa Da Boa Preguiça"

A peça inspirou em 1995 um especial da Globo dirigido por Luiz Fernando Carvalho, com Jackson Antunes, Laura Cardoso e Patrícia França no elenco.

>>>"A Pedra Do Reino"

Luiz Fernando Carvalho volta ao universo de Suassuna em 2007, em homenagem aos 80 anos do escritor, e transforma o romance em série de cinco capítulos. Muito elogiado pela crítica, o programa, considerado hermético, foi fracasso de audiência.

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