Se a metalinguagem pode ser um dos caminhos para a teledramaturgia em 2015, a renovação de formato e linguagem do principal telejornal do país também se fará presente na tevê. Faz sentido se considerarmos que o JN (como o Jornal Nacional é conhecido nos bastidores) ainda é o telejornal mais sisudo e antiquado da tevê brasileira. Enquanto lá fora a busca por um telejornalismo mais informal, descontraído e próximo do público ocorre há um bom tempo, e na própria Globo essa renovação atingiu outros telejornais, o JN se mantém apegado à velha fórmula: reportagens no formato tradicional e o apresentador na bancada, apenas chamando as matérias.
Se a mudança vem nos 50 anos da Globo, nada melhor e mais justo do que começá-la nas redes sociais. Em dezembro, William Bonner publicou um vídeo curto, gravado no próprio celular, em que anunciava as notícias daquela noite. Por conta da informalidade e da espontaneidade, o vídeo fez muito sucesso e foi bastante compartilhado. A partir daí, a página do JN no Facebook, que se limitava a publicar as reportagens da edição, passou a ficar mais próxima do público, com postagens de fotos dos bastidores, além dos vídeos informais.
No ar, as mudanças começaram discretamente. Bonner comentou ao término de uma reportagem com sua colega de bancada Renata Vasconcellos que ele "não era tão velho assim". E desde a segunda-feira (12), o JN está sendo apresentado de um estúdio e não mais do mezanino da redação, o que indica que o cenário está passando por reformas.
Que em 2015 Bonner possa se não reinventar pelo menos atualizar a linguagem do telejornal mais visto do país e que as redes sociais, que desencadearam o burburinho, sejam protagonistas desse novo momento do telejornalismo brasileiro.
INTERVALO
A atriz Regina Duarte, uma das melhores da nossa tevê, ganhou uma exposição que comemora os 50 anos de carreira no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Com curadoria do ator e artista plástico Ivan Izzo, a mostra propõe uma viagem ao túnel do tempo, na qual o espectador pode revisitar momentos de sua própria vida, espelhados na carreira de Regina Duarte. Agora é torcer para que a exposição também venha para Curitiba.
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