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Uma viagem por um universo de formas e texturas. Possivelmente essa será a sensação predominante nos visitantes do Museu Oscar Niemeyer a partir de hoje. Trata-se da abertura da exposição Visibilidades, individual do artista plástico José Antonio de Lima, que reúne pinturas, esculturas e desenhos produzidos ao longo de sua trajetória, selecionados pelo curador chileno e professor de História da Arte Guillermo Machuca.

Nascido na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, José Antonio veio para o Paraná ainda pequeno, onde viveu em Grandes Rios, município vizinho a Ivaiporã. Ainda adolescente, descobriu seu talento para o desenho, mas acabou cursando Jornalismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde graduou-se me 1979. Foi trabalhando como repórter fotográfico, em Maringá, que tomou conhecimento das inúmeras possibilidades visuais que hoje norteiam sua obra. "Através da fotografia eu aprendi a olhar. Foi algo que me abriu para as diversas maneiras de ver", conta, em entrevista ao Caderno G.

A descoberta tornou-se a principal pesquisa do artista plástico, que realizou suas primeiras exposições em meados da década de 80, aos 30 anos de idade. Os resultados desse trabalho de percepção poderão ser conferidos em Visibilidades, que conta com aproximadamente 50 obras, de fases diversas. "Dei uma pinçada em várias épocas. Como o público do museu é muito diversificado, incluímos trabalhos mais recentes e também de fases anteriores. Assim, os que ainda não conhecem o meu trabalho poderão ver as etapas de seu desenvolvimento", explica.

Para dar corpo às possibilidades do olhar, José Antonio costuma trabalhar com materiais diversificados em suas pinturas e esculturas, como os arames e tecidos presentes na série "Catedrais Espaciais". A mostra também destaca peças que combinam couro, ferro, madeira e tecido, além de pinturas de técnica mista, em que utiliza papel sobre tela. "Sempre gostei muito de ver como se comportam os diferentes tipos de materiais. Comecei trabalhando com papéis que eu mesmo reciclava. Acho que é uma tendência do meu trabalho. Os materiais utilizados são parte das obras. Para mim são como um livro, onde buscamos informações para uma pesquisa", analisa.

Como objetivo, o artista deseja promover um exercício do olhar, em conjunto com um trabalho de consciência. "A idéia é fazer visível o que no dia-a-dia não se vê. Para isso, utilizo objetos estéticos, mas há também outras questões que envolvem o ser humano em todos os sentidos e que são despertadas através do olhar", explica.

Serviço: Abertura da exposição Visibilidades, de José Antonio de Lima. Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999). Hoje, às 19 horas, para convidados. A partir de amanhã, a exposição estará aberta para visitação, de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. Os ingressos custam R$ 4 e R$ 2 (estudantes). Mais informações pelo telefone (41) 3350-4400 ou no site www.museuoscarniemeyer.org.br.

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