• Carregando...

Numa segunda noite marcante, o público do Tim Festival no Rio de Janeiro viu subirem ao palco e mostrar atitude duas gerações do punk-rock nova-iorquino, representadas por Patti Smith e pelo Yeah Yeah Yeahs.

Smith, com seu discurso politizado -- ela dedicou "Southern Cross" a crianças e civis que morreram por culpa da política externa dos Estados Unidos -, fez jus à sua posição de dama do punk desde os anos 1970 com um show histórico e panfletário.

Na véspera das eleições presidenciais no Brasil, Smith mandou um recado à platéia, como introdução para "People Have the Power": "Amanhã é eleição e, não importa quem ganhe, vocês o colocarão lá. Não é o povo que serve o governo; o governo serve o povo", clamou.

Antes, a cantora embalou músicas históricas de sua carreira como "Gimme Shelter" e "Because the Night" até encerrar a apresentação com "Gloria".

Já Karen O, a extravagante vocalista do Yeah Yeah Yeahs, pulou, correu, deitou, insinuou, bateu e levou os fãs ao delírio com sua performance. Não falou muito, somente repetiu insistentemente um "Rrrrrio" do início ao fim da apresentação. A cada cuspida de água para cima, numa espécie de chafariz, o público a aclamava.

O YYYs cantou "Phenon", "Rockers", "B Tung", "Honey Bear", "Pin", "Gold Lion", "Mysteries", "Art Star", "Cheaded Hearts", "Maps" (dedicada a Patti Smith), "Warrior" e "Turn Into", e fez um bis com "Y Control" e "Date", encerrando o show com uma performance atlética de sua vocalista, que quebrou o microfone ao final da apresentação e o jogou à platéia.

A alguns metros de distância das representantes do punk, os shows também foram dominados por mulheres.

No palco Lab, Marina Ribatski, a vocalista do Bonde do Rolê, abriu a noite com o funk avisando que, agora, o funk é universal. Chamou a "embaixadora" do gênero, Deize Tigrona, ao palco para fazer seu número durante o espetáculo. No ano passado, Tigrona foi convidada para o palco pela singalesa M.I.A. e também ganhou os holofotes.

Duo de produtores e DJs com influência brasileira e disco dedicado a Tom Jobim, o Thievery Corporation (Rob Garza e Eric Hilto) entrou no palco Lab com uma banda de convidados. Entre eles, a brasileira Karina Zeviani, que fez a ponte entre os norte-americanos e o público em versões aplaudidíssimas de várias canções de world music, inclusive duas nacionais, "Só com Você" e "Sol Tapado".

Seguindo a linha da revelação da primeira noite - quando o casal de cegos africanos Amadou & Marian fez um excelente show- e evitando a expectativa depositada sobre o californiano Devendra Banhart, que não vingou, foi a vez dos também nova-iorquinos do TV On the Radio agradarem ao público.

Os queridinhos de David Bowie tiveram um contratempo, pois seus equipamentos foram extraviados pela companhia aérea. No meio da apresentação, o vocalista Tunde Adebimpe pediu ao saxofonista Martin Perna que desse o recado em português à platéia: "Tivemos que comprar equipamentos novos e emprestar dos nossos amigos do Thievery Corporation", disse, pedindo desculpas.

No Stage, quem abriu a noite foram os pernambucanos do Mombojó, que fizeram uma apresentação onde se mostraram maduros e prontos para o estrelato.

Leia mais: Reuters/O Globo Online

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]