• Carregando...
Rotunda do CCBB Rio de Janeiro: museu é o 14º mais visitado do mundo e aproveita todo seu espaço para exposições | Divulgação
Rotunda do CCBB Rio de Janeiro: museu é o 14º mais visitado do mundo e aproveita todo seu espaço para exposições| Foto: Divulgação

Guia reúne dados de todos os museus do país

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) lançou, em maio deste ano, o Guia dos Museus Brasileiros. A publicação, de 590 páginas, inclui 3.118 mil museus, in­­cluindo 23 museus virtuais.

Leia a matéria completa

  • Exposição O Mundo Mágico de Escher teve 600 mil espectadores

Pelas indicações numéricas, o hábito de visitar museus pode estar se transformando na nova mania entre os brasileiros: o ranking dos museus mais visitados do mundo, divulgado no início deste mês pela publicação The Art Newspaper, contou com um brasileiro no 14.º lugar – o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), do Rio de Janeiro. No ano passado, 2 milhões de visitantes passaram pelo centro e, em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a visitação anual nos 3 mil museus do país foi de cerca de 82 milhões de pessoas.

Em outras listas dos "cem mais" realizadas pela mesma publicação, figura ainda a 29.ª Bienal de São Paulo como a 12.ª exposição mais vista em 2010, com público total de 535 mil visitantes. A mostra O Mundo Mágico de Escher, que também aparece no ranking, teve, em dois meses, visitação de 600 mil pessoas no Rio, número equivalente ao do campeonato carioca de futebol.

Entrada gratuita, boa qualidade e continuidade de exposições são algumas das "receitas" do sucesso do CCBB Rio, segundo o gerente Marcelo Mendonça. "A diversidade é outro fator que traz esse alcance de público. Temos histórico de grandes exposições nacionais, além do ineditismo, trazendo mostras internacionais nunca antes vistas no Brasil".

O desenho de uma política institucional para os museus desde 2003, com a criação de sistemas como o Cadastro Nacional de Museus (CNM), em 2006, o Sistema Brasileiro de Museus (2004) além do próprio Ibram, em 2009, asseguram uma contingência favorável aos espaços. Eventos como a Semana Nacional dos Museus e a Primavera dos Mu­­seus, coordenada pelo instituto, também deixam os espaços em foco. "Até pouco tempo, parecia que os museus estavam sozinhos. Hoje, o momento é oportuno", acredita a diretora da Casa Andrade Muricy e do Museu de Arte Contemporânea (MAC), Lenora Pedroso.

O bom período econômico no país também é outro impulsionador, acredita o presidente do Ibram, José do Nascimento Jú­­nior. Pois, apesar de grande parte dos museus terem entrada gratuita ou com preços simbólicos, sair de casa para ir a um espaço cultural gera custos com transporte e alimentação, por exemplo."Ao contrário do senso comum, o público brasileiro tem gosto pelos museus. Quem antes não tinha acesso a essa infraestrutura pode agora incluir a visita na sua cesta básica."

Estado

Segundo dados da Secretaria de Estado da Cultura (Seec), cerca de 280 mil pessoas passaram pelos museus do Paraná no ano passado. Na comparação com o futebol, o estado perde para os estádios paranaenses que, no campeonato de 2010, receberam 333.223 mil torcedores. No entanto, diz Lenora, o único volume de visitação contabilizado oficialmente é o do Museu Oscar Niemeyer (198.543 mil visitantes), que cobra ingresso – com exceção do primeiro domingo do mês. No restante dos espaços, a estimativa é de que o público seja pelo menos o triplo, já que o levantamento é feito pelo livro de visitas, que nem todos assinam. "Muita gente se sente inibida de entrar nesses espaços mas, quando viajam ao exterior, se preocupam em visitar um museu. O morador, muitas vezes, não conhece o museu da própria cidade".

O MON, "campeão estadual" de visitação, tem como desafio trazer para dentro quem usa o espaço do entorno, lotado aos finais de semana. "Pelos nove mil metros quadrados de espaço expositivo disponível, a visitação poderia ser maior. Mas observamos um acréscimo, principalmente na abertura de mostras e na vinda de pessoas jovens", pontua a diretora Estela Sandrini.

Investir na formação de pú­­blico é a principal ação da Coordenação do Sistema Estadual de Museus (Cosem), com cursos para funcionários dos museus e professores de escolas públicas, além do agendamento de visitas para estudantes. "A proposta é estimular os participantes a verem a multiplicidade de temas. Pretendemos aumentar o número de educadores nos museus e elaborar um projeto de mediação cultural para as escolas", diz a coordenadora do sistema, Christine Baptista.

Melhorias

Apesar dos avanços, ainda há muito trabalho a fazer, tanto na reformulação de espaços físicos como no volume de investimento. Segundo o Ibram, o valor anual médio para esses espaços no país, incluindo Lei Rouanet, é de R$ 120 milhões por ano. "É mo­­desto perto da quantidade de museus e da necessidade de qualificação", crê Nascimento, que afirma ser necessário pensar na Copa do Mundo de 2014, com boa programação, espaço físico adequado e atendimento no mínimo trilíngue ao turista.

Christine Baptista salienta que a situação física de muitos mu­­seus, principalmente os localizados em locais tombados, é crítica e merece atenção. "Acervos devem ser projetados em espaços com condições técnicas de preservação e exibição, e não em prédios históricos inadequados."

Interatividade

O que poderia ser feito para aumentar ainda mais a visitação aos museus brasileiros e estaduais?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]