Os museus do Rio de Janeiro administrados pelo governo federal vão ganhar reforço da Polícia Militar. Além de ronda policial nas áreas dos museus, os batalhões da PM terão acesso às imagens das câmeras instaladas nessas instituições.
As medidas foram aprovadas nesta sexta-feira, secretário de Segurança Pública Marcelo Itagiba, o diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN, José Nascimento Jr., a diretora do Museu Chácara do Céu, Vera Alencar, e assessores do IPHAN.
A Polícia Federal teve na quinta-feira a primeira pista real de que os ladrões responsáveis pelo roubo de obras de artes do Museu da Chácara do Céu, ocorrido há uma semana, saíram de bem perto: do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, a menos de um quilômetro de distância. Policiais encontraram queimados restos de gesso e madeira que formavam as molduras das telas "A dança", de Pablo Picasso; "Os dois balcões", de Salvador Dalí; e "Marinha", de Claude Monet.
O material foi identificado por peritos do museu. Agentes encontraram ainda uma etiqueta com o número de inventário do quadro de Picasso. O material foi para a perícia da PF, que já começou a fazer a reconstituição do crime.
Numa análise superficial, os técnicos do museu garantiram que um pedaço de tecido encontrado queimado não era parte da tela de Picasso, mas apenas de um passe-partout (fita que se cola em redor da tela, como moldura). A possibilidade de o fogo ter destruído tudo - que não foi descartada ainda pelos policiais federais - chegou a levar às lágrimas funcionários do museu, entre eles a diretora, Vera de Alencar.
José do Nascimento Junior, diretor do Departamento de Museus do Iphan, que acompanhou o trabalho da PF, informou que um dos quadros roubados, o óleo "O Jardim de Luxemburgo", de Henri Matisse, foi oferecido num site russo de leilão virtual no início da tarde. Durante quatro horas, a obra ficou exposta e foi oferecida por um lance mínimo de US$ 13 milhões. O Iphan passou o endereço do site (www.art.mastak.by) para a Interpol.
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