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A Orquestra Sinfonia Brasil, reunida por meio de projetos de leis de incentivo, se concentra na divulgação da música clássica brasileira | Cesar Machado/Gazeta do Povo
A Orquestra Sinfonia Brasil, reunida por meio de projetos de leis de incentivo, se concentra na divulgação da música clássica brasileira| Foto: Cesar Machado/Gazeta do Povo

Noite galáctica

Confira os solistas que vão participar hoje do Concerto Gols Pela Vida hoje:

Carmen Monarcha

A soprano ficou conhecida por integrar a orquestra do maestro pop André Rieu, que a descobriu na Holanda.

Daniel Guedes

O premiado violinista é um dos destaques de sua geração, atuando como solista com orquestras de vários países.

Quinteto Villa-Lobos

Com mais de 50 anos de formação, o grupo é referência na música de câmara e se destaca por seu trabalho no resgate e no registro da memória musical brasileira.

Marcos Nimrichter

Instrumentista, arranjador e compositor, o pianista trafega bem tanto no universo clássico quanto no popular, onde trabalhou com nomes medalhões como Chico Buarque.

Programe-se

Orquestra Sinfonia Brasil

Guairão (R. Conselheiro Laurindo, s/nº – Centro), (41) 3304-7982. Hoje, às 20 horas. R$ 56 e R$ 31 (meia-entrada).

  • O maestro Morozowicz já havia reunido a orquestra para um evento beneficente do hospital pediátrico

O maestro curitibano Nor­ton Morozowicz volta a reunir sua Orquestra Sinfonia Brasil hoje, para um concerto no Guairão, novamente em prol do Hospital Pequeno Príncipe.

O grupo, integrado por músicos de Curitiba como Maria Ester Brandão (violino spalla) e por instrumentistas de orquestras variadas, como a também violinista Ana de Oliveira (spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira), faz um concerto totalmente dedicado à música brasileira.

A apresentação, batizada de Gols Pela Vida, celebra o centenário de Guerra-Peixe (1914-1993), lembra os 20 anos da morte de Tom Jobim (1927-1994) e antecipa os 110 anos de nascimento de Waldemar Henrique (1905-1995), que seriam completados no ano que vem.

A orquestra contará com solistas renomados, como a soprano Carmen Monarcha, conhecida por sua participação no grupo do holandês André Rieu; e o Quinteto Villa-Lobos, que toca a obra Roda de Amigos, de Guerra-Peixe, e se divide para integrar o quadro da Sinfonia Brasil. Ao final, todos devem participar de uma suíte de temas de Tom Jobim arranjada por Rodrigo Morte (Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo).

"Fiz dessa orquestra uma verdadeira ‘seleção brasileira’", comemora Morozowicz. "Não se vê um programa com tantos solistas juntos. Todos concordaram tanto pelo programa quanto pela causa filantrópica do hospital. Houve uma conjunção de ideias e eles se despiram de suas vaidades. Quem vai ganhar é o público, que vai ver uma coisa notável", promete o maestro, que já havia reunido a Sinfonia Brasil para um evento beneficente ao hospital pediátrico em 2012, na Sala São Paulo, sede da orquestra sinfônica paulista.

A apresentação será repetida no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta quarta-feira. O projeto é viabilizado pela Lei Rouanet, com apoio de mais de 40 empresas.

Música brasileira

Além de reunir nomes interessantes, o concerto também aposta na quebra da barreira entre música clássica e popular – de acordo com Morozowicz, superada tanto pela qualidade do cancioneiro brasileiro quanto pela influência da cultura popular no trabalho dos compositores eruditos. "Quando apresentamos estas obras, o público se identifica imediatamente. É importante fazer essa aproximação", diz o maestro, que tem mais de 40 discos gravados com obras de compositores brasileiros como Radamés Gnattali, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro e Francisco Mignone.

Morozowicz, que teve chance de conhecer alguns dos maiores compositores brasileiros quando se mudou para o Rio de Janeiro, selecionou canções de Waldemar Henrique e Tom Jobim orquestradas por Guerra-Peixe por encomenda sua. "Waldemar ficou feliz, porque nunca tinha tido uma canção sua orquestrada", diz o maestro. "Ele é um dos compositores que está no inconsciente coletivo. Ouvimos ‘Tamba-Tajᒠe ‘Uirapuru’ e as reconhecemos, mas não sabemos que é dele", defende.

Quanto a Tom Jobim, Morozowicz avalia que trata-se de um compositor pouco tocado no Brasil, apesar do lugar cristalizado que ocupa na música do país. "No mundo todo, para onde você viaja, você ouve a música de Tom Jobim. Aqui, ouve-se pouco", avalia.

"Nesse concerto, temos a possibilidade de resgatar a cultura musical brasileira, que é a mais importante das três américas. Produzimos muito tanto em número quanto em qualidade, mas o público não chega a conhecer", critica o maestro. "Temos um tesouro que está aí para ser descoberto."

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