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A Orquestra Filarmônica de Israel, uma das mais importantes do mundo, se apresenta hoje à noite no Guairão, em Curitiba. Com regência do indiano Zubin Mehta, a filarmônica vai tocar a 5.ª Sinfonia, de Beethoven, e a Sinfonia Novo Mundo, de Dvórak. Uma noite para qualquer boa sala de concerto do mundo acolher com direito a fogos de artifício. Para os fãs de música erudita da cidade, um único senão: o ingresso mais barato, no segundo balcão, custa R$ 100. Como consolo a quem decidir pagar o preço, além da boa música, resta a garantia de estar colaborando para uma boa causa, já que o concerto é beneficente.

A orquestra israelense chega a Curitiba quase que por um acaso. Zubin Mehta – famoso, entre outros feitos, por ter sido o maestro mais jovem a reger a mítica Filarmônica de Berlim, com apenas 25 anos de idade – estava com uma turnê programada para a América do Sul. No roteiro, as maiores cidades do continente: São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago e Buenos Aires. A única cidade menos populosa na lista era Campinas. Curitiba não estava nos planos.

A partir daí, entrou em cena o trabalho de um grupo beneficente ligado ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. A Associação Alírio Pfiffer, que ajuda na manutenção do setor de transplante de medula óssea – o terceiro maior do mundo no gênero – decidiu tentar um contato para trazer a orquestra à cidade. Depois de algum esforço, tudo ficou acertado. Zubin Mehta reduziu o cachê da orquestra e combinou a apresentação. Pelo gesto, a presidente da associação, Maria Cecília Leão Rosenmann, diz que o regente já é considerado um colaborador da entidade.

Maria Cecília diz que o ingresso não pode ser considerado caro. Em São Paulo, onde a orquestra se apresenta na sala da Osesp, o preço mais alto é de R$ 500. Em Curitiba, a entrada custa R$ 200 na platéia. Um grupo de pessoas pode decidir pagar ainda mais caro. Quatrocentos ingressos foram reservados para quem quiser participar, depois do concerto, de um coquetel com o regente. O preço, nesse caso, é de R$ 350.

Para quem conseguir marcar presença, o concerto pode ser inesquecível. A Filarmônica de Israel tem peso no cenário internacional como provavelmente nenhuma outra fora do eixo Estados Unidos – Europa. Fundada em 1936 com 75 músicos judeus, passou a ser chamada pelo atual nome em 1948, com a criação do estado de Israel – antes se chamava Orquestra da Palestina. Nos seus primeiros anos, a orquestra serviu diretamente como um contraponto ao horror nazista de Hitler e ao anti-semitismo que corria a Europa.

Hoje, além de conhecida por sua música, a orquestra se dedica, também, a causas políticas e sociais. Tocou, por exemplo, em Auschwitz, na Polônia, onde funcionou o mais famoso campo de extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Outra apresentação importante foi em Berlim, a 500 metros do Reichstag, local de onde vieram as ordens para a execução dos judeus. Por outro lado, Zubin Mehta também tem atração por grandes concertos ao ar livre. Nas várias ocasiões em que veio ao Brasil, se apresentou no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em Nova Iorque, fez, provavelmente, o maior concerto público de todos os tempos, no Central Park, para um milhão de espectadores.

* Serviço: Orquestra Filarmônica de Israel. Guairão (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3315-0979. Hoje, às 21 horas. Ingressos a R$ 350 (platéia central), R$ 200 (platéias laterais), R$ 150 (1.º balcão) e R$ 100 (2.º balcão).

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