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“Samba de polaco”: cidade será enredo de escola tradicional de São Paulo. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
“Samba de polaco”: cidade será enredo de escola tradicional de São Paulo.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Diversidade étnica, urbanismo e a história oculta da comunidade negra serão alguns dos temas do enredo da escola de samba Nenê de Vila Matilde, do grupo especial de São Paulo que vai homenagear a cidade de Curitiba no enredo de seu desfile no carnaval de 2017.

Na última quinta-feira (12), os representantes da escola paulistana vieram à cidade para o anúncio oficial da escolha da cidade como enredo de 2016.

O presidente Rinaldo Andrade disse que a imagem de Curitiba como cidade modelo e a formação heterogênea da população da cidade foram as questões essências para a escolha do enredo, mais do que a exposição pública recente que Curitiba conseguiu por ser sede da Operação Lava-Jato.

“Para nós o importante é a cidade e o que ela representa para o país. Meus artistas estiveram aqui e pesquisaram pontos importantes como a descendência africana e formação do samba curitibano. A gente não deve entrar muito nas nas celeumas políticas”, diz.

Business

Rinaldo veio para conversar com empresários locais para financiar o desfile. Através da Lei Rouanet, a Nenê de Vila Matilde precisa captar um pouco mais de R$ 4 milhões. Até agora, apenas o Shopping Total no Portão comprou uma cota.

Segundo André Guimarães, diretor da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, o desfile dará visibilidade inédita para a cidade.

“É a maior audiência da Rede Globo no ano. Na sexta-feira pegamos o final da transmissão do Big Brother e chegamos aos 40 pontos no Ibope. Pela rede internacional, o desfile chega em 138 países”, afirma.

“Carnaval é tradição, preservação da cultura, mas também é business, indústria do entretenimento. Nós precisamos olhar a festa por esta ótica”, disse. De acordo com Guimarães, o Carnaval movimenta cerca de R$ 450 milhões em São Paulo.

Samba polaco

Esta visibilidade fez com que a prefeitura de Curitiba abraçasse com força o projeto. Todo o alto escalão do executivo municipal compareceu à festa de lançamento e o prefeito Gustavo Fruet fez as vezes de mestre sala para a porta bandeira Vanessa Valéry da escola curitibana Imperatriz da Liberdade.

“Já deu samba”, comemorou Fruet. “É um reconhecimento para o pessoal que adora o carnaval aqui, a oportunidade de divulgar a imagem da cidade e promover uma parceria com as escolas daqui e de São Paulo”, disse.

Para o carnavalesco, Márcio Marins da escola curitibana Acadêmicos da Realeza, o carnaval daqui tem o que oferecer e receber das ricas coirmãs paulista.

“São carnavais diferentes maia essência do samba é única. Guardadas as proporções, nós temos compositores, ritmistas e uma cadencia peculiar das nossas baterias para exportar. Com eles, a gente precisa principalmente aprender como financiar o carnaval”.

Fruet que reconheceu não ser “propriamente um folião”, masque já está “aprendendo a mexer as mãos”, ressaltou que a foi a escola quem procurou a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e que não há dinheiro público municipal no projeto.

Durante a gestão Fruet o carnaval de Curitiba mudou. O desfile voltou para a rua Marechal Deodoro e passou a financiar e organizar as estas de pré-carnaval. Para poder participar do desfile em São Paulo no ano que vem, porém o prefeito precisará se reeleger nas eleições marcadas para outubro.

Biarticulado na avenida

A responsabilidade de pesquisar sobre a história e a cultura da cidade e transforma-la em samba foi do carnavalesco Alex Fão em seu enredo de estreia na escola azul e branca da zona leste de São Paulo. A escola funda da em 1949 já venceu onze veze o carnaval paulistano. No ano passado, o enredo foi sobre a atriz Claudia Raia e a escola ficou em 9º lugar.

Fão passou cerca de uma semana na cidade. Visitou cartões postais, andou de ônibus expresso, caminhou na rua XV de Novembro, conheceu os bairros da zona sul e se enfurnou por dois dias na casa da Memória no Largo da Ordem.

Ele disse que não pode dar detalhes do enredo e apenas sorriu quando perguntado se colocará um ônibus biarticulado na avenida. “A gente veio para ver e sentir. A surpresa é a forma de abordar. Pesquisamos desde a lenda da formação da cidade até os dias atuais. Há uma diversidade plástica, religiosa e cultural muito interessante aqui”, disse.

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