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Sávio, nervoso por seu primeiro show de rock, veio com a mãe, a jornalista Patrícia, de Macapá, a quase 7.000 km de Curitiba. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Sávio, nervoso por seu primeiro show de rock, veio com a mãe, a jornalista Patrícia, de Macapá, a quase 7.000 km de Curitiba.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A jornalista Patrícia Carla Miranda, 35 anos, e seu filho, Sávio Henrique Castelo, 18, foram, na manhã desta quarta-feira (16), alguns dos últimos a se juntar ao acampamento de fãs do Guns N’ Roses. Formado às portas da Pedreira Paulo Leminski, desde 31 de outubro, a fila é para o show que só se realiza nesta quinta-feira (17). Vontade de chegar antes, porém, não faltou. É que os dois moram em Macapá, capital do Amapá, a quase 4.000 quilômetros de Curitiba.

Repórter, Patrícia contou com a colaboração do chefe para realizar a viagem. “Ele sabe que eu adoro a banda. Antecipei alguns trabalhos e consegui a folga”, diz ela, que assistiu ao primeiro show da banda, em Florianópolis, em 2014.

Já Sávio, estudante, não perdeu nenhuma aula por conta da pequena aventura ao lado da mãe. “Faço ensino à distância”, explicou ele, que estreia em shows de rock nesta quinta. “Eu não consigo nem acreditar que vou ver o Slash”. A ansiedade é tamanha que o garoto teve febre, entregou a mãe. Os dois estão em Curitiba desde a última segunda (14). “Escolhi ver o show aqui para conhecer a cidade”, explica a jornalista, que fica no Paraná até sábado (19).

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Com mãe e filho, a fila de barracas já tinha cerca de 15 unidades na tarde desta quarta-feira e começava lentamente a mudar de lugar, em direção à entrada da pista premium, para a qual a maioria ali tem ingressos. O objetivo é garantir “a grade”, ou seja, ficar na primeira fila em frente ao palco.

Pioneiro

Diogo José Rosa, 27 anos, o primeiro a chegar, há 17 dias, tornou-se especialista em remediar os desafios que só o clima curitibano pode oferecer para um camping urbano: dias gelados, chuva e sol forte, situações às vezes vivenciadas em menos de 12 horas, como foi o caso desta quarta-feira. A rotina segue parecida com a do início do camping: Rosa toma banho na casa de uma amiga que mora ali perto, vai a banheiros que alguns comerciantes permitem usar e come por ali.

A novidade é que sua ‘casa’ improvisada virou uma espécie de ‘condomínio’, com as barracas de outros amigos bem próximas e um toldo para ajudar a parar a chuva. “E minha mãe veio me visitar quase todos os dias”, conta ele, que adiou alguns trabalhos como tosador de cães para poder viver esse acampamento, o mais longo como fã do Guns. Ele passou três dias na Vila Capanema em 2014, a mesma quantidade de dias reservada para apresentações solo dos integrantes.

Os chefes, em geral, foram compreensivos. Além da jornalista amapaense, o estudante Lucas Melo, 20 anos, é um dos sortudos. Até a semana passada, ele trabalhava durante o dia e passava as noites em frente à Pedreira. O chefe, que já havia adiantado parte do salário para a compra do ingresso, permitiu agora as folgas nos dias que antecedem a apresentação. “Costumo brincar que adiantei a minha vida em uma semana para estar aqui”. Como nem todos contam com o incentivo corporativo, houve quem tenha conseguido atestado médico para engrossar o time da espera.

Mundo pequeno

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Os irmãos Leticia, 18 anos, e Lucas Antoniazzi, 21, estudantes universitários, chegaram ao acampamento na segunda (14), vindos de União da Vitória, sudeste paranaense. Aproveitaram o feriado prolongado para não perder tantas aulas e garantir a tão sonhada grade.

O entrosamento com os outros fãs foi tamanho que eles até conseguiram fazer turismo por Curitiba na manhã desta quarta, enquanto algumas pessoas ficaram de olho na ‘casa’ improvisada.

Entre os causos que os Antoniazzi colecionam nestes três dias foi o reencontro com um amigo de infância que deixara a cidade há vários anos e a hospedagem de última hora oferecida a uma fã que foi sem barraca.

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