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Ainda há ingressos: Lee Ranaldo, ex-Sonic Youth, apresenta seu trabalho solo em Curitiba. | Ryan Muir/
Ainda há ingressos: Lee Ranaldo, ex-Sonic Youth, apresenta seu trabalho solo em Curitiba.| Foto: Ryan Muir/

Os 200 ingressos para o show do músico Lee Ranaldo nesta segunda-feira (12), às 21h, no Teatro Paiol, acabaram em quatro horas quando foram postos à venda no dia 16 agosto. A pedidos, uma sessão extra foi aberta às 19h e para ela ainda restam poucos ingressos disponíveis.

Músico, compositor, artista visual, escritor e produtor, Lee Ranaldo, é um dos co-fundadores do Sonic Youth. Sua guitarra e canções foram pilares da banda seminal do underground americano por trinta anos (entre 1981 e 2011).

De São Paulo, onde fez shows no último fim de semana, Ranaldo disse que quem for assisti-lo no Paiol verá um show “acústico e intimista”, em que o músico vai antecipar o repertório do seu novo álbum (a ser lançado em 2017, com o nome “Eletric Trim”), além das músicas de seus primeiros dois álbuns e “mais uns dois covers”.

Ranaldo conversou com a Gazeta do Povo sobre a carreira dentro e fora do Sonic Youth e sobre estar “no lugar certo na hora certa”. Confira:

Você vai antecipar em Curitiba muitas das canções de seu novo álbum. Como define este novo projeto?

Ao contrário do show, meu novo álbum não é acústico e nem solo. Há muitos músicos nele e muitas experimentações com bateria eletrônica, sons e batidas sampleadas. É uma nova direção para mim em colaboração com o produtor catalão Raul ‘Refree’ Fernandez. Estou muito empolgando com o álbum e será muito legal mostrar as canções da maneira como elas foram escritas.

Percebo que seus trabalhos solo apontam para um tipo de composição mais simples e até minimalista. É uma impressão certa?

Não acho que seja bem assim. Talvez em contraste com uma banda como o Sonic Youth, que tocou junto por tanto tempo e pode unir tantos pontos de vista diferentes num trabalho colaborativo, desta perspectiva, eu sou hoje o “diretor” e tenho curtido explorar meu lado de compositor de canções. E cantado elas. Talvez se por minimalismo você quer dizer menos improvisação de grupo, eu posso concordar.

Você sempre esteve metido em projetos muito legais, mesmo durante o tempo em que esteve com o Sonic Youth. O fim da banda te deu mais liberdade para de dedicar a eles?

O fim da banda me permitiu explorar mais integralmente minhas próprias composições e me apresentar sozinho. Como você bem disse, durante o Sonic Youth eu também me meti em muitos projetos, solo ou acompanhado. Uma banda é sempre uma incubadora não apenas das coisas que agente faz juntos, mas para inspirar coisas que podemos fazer fora do grupo, ou com outros músicos. Eu sempre escrevi e fiz arte visual - mesmo no tempo do SY - e continuo atuando nestas áreas.

É verdade que você é fã do maestro Heitor Villa-Lobos(1887-1959)?

Sim, sou fã da musica de Villa-Lobos, mas não conheço tão bem quanto eu gostaria. Vivo dizendo pra mim mesmo que gostaria de ouvir mais e aprender mais sobre a música dele.

Você estava vendo TV quando os Beatles apareceram no show do Ed Sullivan (em fevereiro de 1964). Estava em Nova Iorque no final dos anos 1970 quando o punk estourou e, na década seguinte, entrou para uma banda que mudou a história do rock. Você é um caso de “o cara certo, no lugar certo”?

Sim, acho que sou. Eu era bem pequeno quando os Beatles vieram para os Estados Unidos e os vi na tevê. E depois ouvi toda a música deles no tempo original em que foi composta e definitivamente me considero sortudo por isso. A mesma coisa com o final dos 1970, quando o punk, no wave e new wave explodiram. Foram dois momentos muito importantes da história recente da musica popular e eu fico feliz de ter podido ver ambos em primeira mão.

Falando dos Beatles, o que acha quando dizem que você foi o “George Harrison” do Sonic Youth?

Na maior parte das vezes, acho divertido. Em alguns casos acho bem apropriado. Em outros não!

Falando do Sonic Youth, você leu a biografia escrita pela Kim Gordon? Tem alguma objeção a algo escrito ali?

Sim, eu li. Nenhuma objeção da minha parte. Eu achei muito bom. Ainda que eu soubesse a maioria das histórias do livro, eu gostei muito dela escrevendo sobre como ela cresceu na Califórnia.

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