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Naná Vasconcelos foi um dos responsáveis por redefinir o lugar do percussionista na música no fim dos anos 1960. Junto com Airto Moreira, o pernambucano renovou a percussão usando novas ideias e sons em uma época em que os ritmistas se limitavam a marcar o ritmo da música com instrumentos convencionais como a conga e o bongô.

Os brasileiros foram para os Estados Unidos e se tornaram mundialmente conhecidos na época – Airto tocando com o trompetista americano Miles Davis; Naná com o saxofonista argentino Gato Barbieri.

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Em entrevista à Gazeta do Povo em 2011, o músico pernambucano falou sobre o papel de sua geração na reinvenção da percussão – para ele, obra sua e de nomes como Airto e Hermeto Pascoal nos anos 1960.

“A partir dali, penico, caçarola, tudo virou instrumento”, lembrou Naná – que tocava, dentre outros instrumentos não convencionais, a água. “A música acontece onde menos se espera.”

A mudança não se resumiu aos sons, explicou. A percussão ganhou um papel novo na música – o de “criação sonora”.

Passou a ter um lado abstrato na percussão em si, na maneira de tocar. O percussionista deixou de ser a segunda pessoa do baterista, que tocava bongô e maraca, e começou a pegar objetos que não eram instrumentos, como a queixada de burro, panela, bacia, objetos de utilidades domésticas. Abriu esse leque, essa complexidade. E nós fomos os pioneiros.

A extensa lista de artistas que contaram com as criações de Naná em suas músicas inclue Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Pat Metheny, Jean-Luc Ponty, Caetano Veloso, Paul Simon, Itamar Assumpção, B.B. King, João Donato, Joyce, Ron Carter, Talking Heads e Brian Eno.

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