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Cantora interpretou “Sola, perduta, abbandonata”, da ópera “Manon Lescaut”, de Puccini. | Don Emmert/AFP
Cantora interpretou “Sola, perduta, abbandonata”, da ópera “Manon Lescaut”, de Puccini.| Foto: Don Emmert/AFP

Ao escutá-la interpretando Puccini com sua impactante voz de soprano diante de um público encantado com sua interpretação em um teatro de Nova York, o que menos se imagina é que Lubana al Quntar é uma refugiada síria nos Estados Unidos.

A meia hora de distância de carro da sede do comitê de campanha de Donald Trump, ela e dezenas de outros refugiados participaram de um show especial no ‘Dia Mundial do Refugiado’, reafirmando a grande contribuição cultural dos que fugiram da perseguição e da guerra.

Dias depois de o candidato republicano à Casa Branca propor suspender a entrada de refugiados sírios nos EUA, Quntar deixou o público boquiaberto, apesar de alguns assentos vazios.

Acompanhada por uma orquestra de músicos refugiados, cantou “Sola, perduta, abbandonata”, da ópera “Manon Lescaut”, seguido da canção síria chamada “Ya Ghazali”.

“É grandioso que o mundo inteiro veja como são os refugiados. Que têm um sonho, têm talento”, explicou.

Imigração

Quntar vive nos Estados Unidos há cinco anos, quando teve de abandonar a Síria após cinco meses de conflito, e hoje vive em Washington D.C. Morava em Sweida, ao sul de Damasco, onde, segundo Quntar, está sua alma.

Apesar de ser música profissional tendo estudado na Europa e atuado no exterior antes da deflagração da guerra, sua adaptação à nova vida foi difícil.

“É triste. Para mim, como artista, como musicista, não posso entender como se pode odiar uma pessoa.”

Lubana al Quntar Cantora síria refugiada há cinco anos nos EUA.

“Tive que começar a vida do zero”, disse. “É uma luta constante, todos os dias, especialmente meu coração e minha mente estarão sempre com minha família e minha gente”.

Os Estados Unidos aceitaram pouco mais de 6.300 refugiados sírios desde 2011, muito menos que a Europa.

“É triste”, disse Quntar. “Para mim como artista, como música, não posso entender como se pode odiar uma pessoa”.

Refugiados

A apresentação incluiu o trabalho de Sergei Rachmaninoff, que fugiu em 1917 da Revolução Russa, e Irving Berlin, compositor americano cuja família emigrou da Rússia no século 19.

As doações arrecadadas no show serão destinadas a organizações como a Hebrew Immigrant Aid Society (HIAS) que dá assistência aos refugiados em todo o mundo.

Veja Lubana al Quntar cantando “Sola, perduta, abbandonata”, de Puccini:

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