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Deneuve se dedica ao instrumento  há 41 anos | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Deneuve se dedica ao instrumento há 41 anos| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Que sons podem ser extraídos do cristal? E do vidro? Taças com água e a harmônica de vidro, desenvolvida por Benjamin Franklin no século 18, já davam algumas respostas. Nesta terça-feira, porém, o público curitibano tem rara chance de conhecer o desdobramento impressionante dessas técnicas em apresentação do músico francês Michel Deneuve na Caixa Cultural, a partir das 20h.

Deneuve é uma das principais referências em Cristal Baschet. O curioso instrumento feito de hastes de vidro conectadas a outras de metal produz versões bem particulares de peças clássicas quando tocado com os dedos umedecidos (e muita, mas muita técnica).

É a primeira vez que o músico vem ao Brasil e sua passagem é oportunidade rara de conhecer o exótico som do instrumento.O francês se dedica a ele desde os 20 anos – hoje tem 61 – e colaborou de maneira definitiva com os irmãos Bernard e François Baschet, que o criaram em 1952. “O original foi construído na vertical. Foi Deneuve quem sugeriu o desenvolvimento da versão na horizontal, que os músicos usam hoje”, conta Alvaro Collaço, produtor do francês nesta turnê brasileira, que passou ainda por Brasília, Londrina e São Paulo.

Série Solo Música com Michel Deneuve

Nesta terça-feira (13 de dezembro), às 20h

Na Caixa Cultural – Rua Conselheiro Laurindo, 280

Ingressos: R$ 10 a R$ 20

Nascia então um profissional do Cristal Baschet em tempo integral. “Ensaio diariamente de seis a oito horas por dia. Hoje trabalho menos, mas divido o tempo entre compor e praticar”, conta Deneuve, que também trouxe músicas próprias para as apresentações. A intimidade de 41 anos de estudos é expressa durante os concertos. “Quando toco, é como se meu corpo fizesse parte do instrumento, como se minha pele se juntasse a ele. E as coisas que falo para o público, eu falo pela música”, explica.

No repertório desta apresentação, ele traz as obras “Prelúdio nº1 em dó, BWV 846”, de Johann Sebastian Bach e “Gnossiene nº 1”, de Erik Satie. De Mozart, traz o pouco conhecido “Adágio em Fá Maior para Harmônica de Vidro k. 356”.

Quer saber como é o som do Cristal Baschet? Clique no vídeo e veja Michel Deneuve em ação.

Curitiba conhece nesta terça o som do Cristal Bachet, instrumento que extrai som do vidro

O músico francês Michel Deneuve é um dos raros especialistas no instrumento e se apresenta na Caixa Cultural.

+ VÍDEOS

Origens

Deneuve tem atualmente quatro instrumentos. Um deles, o maior, tem teclas de cristal e não sai da França. O que veio ao Brasil, de vidro, tem aproximadamente 60 kg, incluindo os amplificadores em aço e ferro.

Bem-humorado, o músico diz que é mais fácil ensinar a técnica para quem não sabe nada de música. “Quem toca piano pode impor muita força e velocidade. No Cristal Baschet, os dedos funcionam como arcos de violino”, afirma ele.

Os Baschet pesquisaram o instrumento por três anos antes de finalizarem sua primeira versão, que apresentaram em Paris. Faz parte da família dos idiofones, nos quais os sons são produzidos pela vibração do próprio instrumento. Ao contrário da harmônica de vidro, as hastes do Baschel não possuem som originalmente.

Os irmãos inventores fizeram muitas experimentações sonoras em parceria. Bernard, engenheiro, e François, escultor, desenvolveram ainda o piano de alumínio, entre outras criações musicais. François morreu em 2014 e foi seguido pelo irmão no ano seguinte.

  • O músico francês Michel Deneuve afina o Cristal Baschet no palco do teatro da Caixa Cultural
  • O músico francês Michel Deneuve afina o Cristal Baschet no palco do teatro da Caixa Cultural
  • O músico francês Michel Deneuve afina o Cristal Baschet no palco do teatro da Caixa Cultural
  • Detalhe do instrumento durante execução de uma música
  • Som é produzido quando as teclas são friccionadas com as mãos úmidas
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