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“Orquestra nasceu com uma estrela”, diz violinista Eleni Bettes. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
“Orquestra nasceu com uma estrela”, diz violinista Eleni Bettes.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Durante o governo de José Richa, que começou em 1983, o que a violinista Eleni Bettes chama de “momento mágico” criou as condições para a criação da Orquestra Sinfônica no Paraná.

Então casada com Trajano Bastos, presidente da Assembleia Legislativa de 1983 a 1984, a musicista ocupava uma coordenadoria na Secretaria de Cultura da época e fez o governador ouvir a demanda da comunidade musical. “A orquestra nasceu com uma estrela. Ela tinha as pessoas certas nos lugares certos e na época certa”, diz Eleni, que é considerada “a mãe da OSP”.

“Havia pessoas comprometidas com a cultura do Paraná em postos chave na estrutura do estado. Todo mundo estava engajado, torcendo muito para que acontecesse. Toda essa energia foi muito importante para que acontecesse o que aconteceu. Que, acredito, hoje em dia não aconteceria”, lembra.

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Projeto

Para ajudar a justificar o projeto para Richa, Eleni contou com músicos como o violoncelista curitibano Péricles Varella Gomes, então na recém-fundada Orquestra Sinfônica da Bahia. Ele havia visto de perto o processo político da criação do grupo em 1982, e voltou para participar do projeto da orquestra.

“Tive a ideia de fazer pesquisas com o público que frequentava o Teatro Guaíra nesta época, fui ao sindicato dos músicos, levantamentos. Fiz um dossiê para mostrar ao governo que a criação da orquestra não era uma demanda de meia-dúzia de músicos, mas um anseio de toda a sociedade paranaense – particularmente a de Curitiba”, lembra Gomes. “Era um momento em que grande parte da prioridade dos governos, durante a Ditadura Militar, não era investir em cultura e educação, e sim em coisas megalomaníacas como a Transamazônica. O fato de Richa trazer na campanha eleitoral a proposta de investir em patrimônio cultural foi uma mudança de paradigma”, diz.

Para Fernando Ghignone – Secretário de Cultura, Esporte e Turismo do Paraná na época e hoje diretor presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagas) –, a vontade política foi “100% responsável” pela criação da orquestra. “Você tinha todo um grupo intelectual na cidade, pessoas que frequentavam, que queriam. Mas se não houvesse uma vontade de determinar, não aconteceria.”

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