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Entrevista

Mutante virtual

Por-email, artista fala das mulheres de sua vida e projetos

Rita Lee Jones Carvalho não gosta de falar ao telefone. Entrevistas, então, nem pensar. Desde o surgimento da internet – e da possibilidade de responder a se comunicar com a imprensa por e-mail –, a artista é irredutível. Nada de papos ao pé do ouvido com jornalistas. Há anos exige que tudo que desejarmos saber sobre Rita seja devidamente enviado virtualmente. Daí, ela tecla.

Em um chat rápido, tipo bate-bola, a roqueira brasileira falou com o Caderno G sobre suas divas particulares, projetos, mercado fonográfico e música eletrônica. Leia abaixo trechos do bate-papo

Em um dos DVDs da caixa, você diz ter ouvido várias vezes que "rock-and-roll era para quem tem culhões". Em resposta, Rita, você afirma que rock também é coisa de quem tem ovários, útero, trompas e todo o resto da "aparelhagem" feminina. Quais mulheres a influenciaram e de que maneira elas fizeram diferença em sua formação tanto como artista quanto como pessoa?

Rita Lee – As figuras femininas que mais me impressionaram não tiveram a ver com rock. Enquanto eu começava aqui, Janis (Joplin) , Tina (Turner), Cher e outras da mesma época começavam lá nos Estados Unidos. Portanto, em matéria de rock feminino, eu não tive em quem me inspirar. Das mulheres maravilhosas das quais sou fanzaça, cito Brigitte Bardot, Françoise Hardy (cantora francesa), Carmem Miranda, Lucille Ball, Dercy Gonçalves, Maria Bonita.

Você se enxerga em alguma jovem artista da atualidade?

Eu "só" vejo uma certa herança na minha neta, Isabella. Não sei dizer quem teria sido influenciada por mim. Sei que volta e meia encontro uma adolescente que diz "Ô tia, aquela música "Ovelha Negra’ mudou minha vida".

Em uma das entrevistas do segundo DVD da caixa, Baile Comigo, você cita o desejo de gravar um disco só com canções de cinema. Se você fosse gravar o álbum Bossa and Movies (título provisório do projeto) hoje, qual seria o repertório ideal do CD e por quê?

Não dá para dizer, assim de sopetão, nas músicas que seriam escolhidas. Apenas com o repertório de Cole Porter (autor de clássicos como "Night and Day" e "I’ve Got You under My Skin") daria para gravar um álbum inteiro.

Você diz que ouve muita música eletrônica e tem vontade de fazer um trabalho nessa praia...

Eu sempre gostei de eletronicidades. Lembro-me que quase fui crucificada porque coloquei uma bateria eletrônica no disco, então lançado em LP, Saúde (1981), portanto não é de hoje esse flerte. Na verdade, eu gostaria de fazer um trabalho instrumental, mas, antes, um CD com músicas inéditas.

Pirataria, MP3, a possibilidade do desaparecimento do disco como o conhecemos. Como você vê o mercado fonográfico hoje?

Confesso que eu não tenho conhecimento nem interesse para falar sobre o mercado fonográfico. Eu apenas faço música. Mas, graças a Deus, as gravadoras estão a caminho do necrotério.

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