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Leila Pinheiro não poderia estar mais à vontade nos shows registrados no CD e DVD Nos Horizontes do Mundo – Ao Vivo, lançados este mês pela Biscoito Fino em parceria com o Canal Brasil. As gravações aconteceram em um fim de semana de agosto do ano passado, no SESC Pinheiros, em São Paulo, em um cenário criado por Gualter Pupo que reproduz literalmente o estúdio da cantora.

À imagem do espaço de ensaios localizado no andar de baixo da casa de Leila, no bairro do Jardim Botânico, Rio de Janeiro, tanto as flores amarelas sobre o piano, como o pôster da Björk enfeitam o palco.

No projeto ao vivo, Leila Pinheiro revisita as canções gravadas em 2005 (quando comemorava 25 anos de carreira) para o CD Nos Horizontes do Mundo. Pouca coisa mudou em relação às apresentações da turnê iniciada no segundo semestre daquele ano – quando a cantora se apresentou no Teatro Guaíra, durante o Circuito Cultural Banco do Brasil.

Comparado ao disco de estúdio, o ao vivo teve o repertório ampliado e o corpo instrumental reduzido de 40 músicos para um trio. "As canções foram amadurecendo, fomos testando com o público. Ficaram as que melhor resultavam ao vivo", diz Leila em entrevista ao Caderno G.

O show é intimista e comportado, sem espaço para improvisações. Começa com a voz nua de Leila a entoar os primeiros versos de "Nos Horizontes do Mundo", composta por Paulinho da Viola. A canção, embora batize os registros ao vivo, ficou fora do CD, que traz 14 faixas, contra as 21 do DVD. Toda a atenção se concentra na cantora e em seu piano, até que as luzes do cenário se acendem e aparecem os três músicos que a acompanham: o tecladista David Feldman, o baterista João Viana (filho de Djavan) e o baixista André Vasconcellos, que divide a direção musical com Leila. O show corre sem interrupções. As duas músicas que precisaram ser regravadas, "Essa Mulher" (Joyce/Ana Terra) e "Verde" (Eduardo Gudin/ José Carlos Costa Netto), seu primeiro sucesso, só foram repetidas ao final. "Isso imprime verdade ao trabalho", afirma a cantora.

Leila poucas vezes fala com o público. Está mais concentrada em cantar e o espectador é absorvido pelo seu talento vocal e pelas belas letras do vasto repertório. A maioria das músicas era inédita antes do registro de 2005, como a pop dançante "Ciclovia", primeira parceria de Marcos Valle com Jorge Vercilo, e "Renata Maria", a dobradinha inaugural (e já célebre) de Chico Buarque com Ivan Lins.

Alguns dos melhores momentos ficam por conta das novas versões para "Onde Deus Possa me Ouvir" (Vander Lee), "A Vida que a Gente Leva" (Fátima Guedes) e "Catavento e Girassol"(Guinga/Aldir Blanc). A cantora só se descontrai a partir de "Vitoriosa", composta pelo amigo Ivan Lins.

No palco, não há participações especiais. "Não gosto dessa obrigação de ter convidados. O show já existia por si só, não achei que tinha que chamar alguém", conta a artista, avessa a "obrigações". "Não queria nem making of, mas fui vencida pela equipe", confessa. Os poucos extras são um videoclipe caseiro de "Hoje", em que Leila canta em seu estúdio a parceria com Renato Russo (Legião Urbana); um making of de 12 minutos, com comentários da cantora; e uma galeria de fotos. Contido, mas intenso. GGG1/2

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