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Gay Talese: onipresente na imprensa brasileira, autor acha o jornalista a melhor profissão do mundo | Divulgação
Gay Talese: onipresente na imprensa brasileira, autor acha o jornalista a melhor profissão do mundo| Foto: Divulgação

Imperdíveis

Confira alguns destaques da edição 2009 da Festa Literária Internacional de Paraty

Entre quatro paredes

A artista plástica Sophie Calle fez um livro e uma exposição com a reação de 107 mulheres à carta de rompimento recebida de um ex-namorado – no caso, o escritor francês Grégoire Bouillier. Pela primeira vez eles aparecem em público para discutir o episódio e embaçar ainda mais as fronteiras entre vida privada e vida pública.

Escrever é preciso

Apesar do idioma comum a Portugal e Brasil, António Lobo Antunes não vem ao país desde 1983 e já declarou que não incluía o Brasil entre suas prioridades – preferia deixá-lo para o antípoda José Saramago. Polemista contumaz e avesso a aparições públicas, ele conversa sobre essa e outras dimensões de sua trajetória.

As sem-razões do amor

Em 2001, a crítica de arte francesa Catherine Millet fez de sua vida sexual movimentada o tema de um livro – e sacudiu as hostes conservadoras na Europa e nos Estados Unidos. Em 2008, publicou um livro que é o reverso do primeiro: um relato de como foi dominada pelo ciúme ao saber das aventuras sexuais do marido. Em Paraty, ela conversa com a psicanalista Maria Rita Kehl.

Fonte: www.flip.org.br

  • Simon Schama: adepto da
  • Richard Dawkins: darwinista, debate a fé religiosa, tema de Deus, um Delírio

Um jornalista, um geneticista e um historiador estão entre as estrelas da próxima Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Nunca o evento, que dá início a sua sétima edição no dia 1º de julho, deu tanto espaço para a não-ficção.

Além de Gay Talese, Richard Dawkins e Simon Schama, expoentes das áreas do conhecimento citadas na abertura do parágrafo anterior, haverá espaço para um jornalista que escreveu um compêndio sobre a música do século 20 (Alex Ross, autor do livro O Resto É Ruído), para um memorialista (Arnaldo Bloch, de Os Irmãos Karamabloch) e para um dos jornalistas mais respeitados do país (Zuenir Ventura, de 1968 – O Ano Que Não Acabou).

Onipresente nos jornais e revistas brasileiros, Talese acaba de lançar por aqui o livro Vida de Escritor (Companhia das Letras), o primeiro que publica em mais de uma década e que compila seus fracassos como escritor – ele próprio fascinado por histórias de perdedores como o boxeador Floyd Patterson, perfilado em Fama e Anonimato.

Aos 77 anos, o repórter do The New York Times que contou a saga do jornal em que trabalhou (O Reino e o Poder) e escreveu sobre os hábitos sexuais do norte-americano (A Mulher do Próximo) também investigou a máfia ítalo-americana (Honrados Mafiosos) e as origens de sua família (Unto the Sons, inédito no Brasil). Hoje, diz para quem quiser ouvir que ser jornalista é a melhor profissão do mundo se você não se importa em ganhar pouco dinheiro. Porque é um trabalho que não tolera mentirosos.

Na Flip, Talese conversa com o jornalista Mario Sergio Conti, coautor de Eles Foram para Petrópolis, ao lado de Ivan Lessa.

Ateísmo

Já Richard Dawkins, autor de O Gene Egoísta, é um cientista que atrai bastante a atenção da mídia. Não apenas por ser um geneticista respeitado e um darwinista influente, mas por ter apoiado uma campanha no Reino Unido em favor do ateísmo, incentivando os céticos a saírem do armário. Até outdoors foram utilizados em ônibus de Londres, com frases do tipo "Não há provavelmente um Deus".

Não por acaso, Dawkins se tornou best seller em vários países (inclusive no Brasil) com o livro Deus, um Delírio, em que procura mostrar a religião como um elemento que sustenta guerras e fanatismo. A intenção do autor é semelhante à da campanha que endossou: influenciar as pessoas que são religiosas por "inércia" e argumentar em favor da troca da crença pela ciência e pelo "orgulho ateu". E é justamente este livro que servirá de base para a conversa com o jornalista Silio Boccanera na Flip.

História narrativa

Também britânico, mas radicado nos Estados Unidos, o historiador (e apresentador de documentários da BBC) Simon Schama conversa em Parati com a historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz. O Futuro da América, obra de título paradoxal (porque, afinal, se refere à História) mais recente de Schama, publicada no Brasil pela Companhia das Letras, é uma amostra da chamada "história narrativa", de que o londrino é adepto.

Para relatar episódios ligados à guerra, à religião, à imigração e à fartura, Schama elege personagens e retrata o período tendo-os como protagonistas. No caso de O Futuro da América, ele viaja pelos EUA testemunhando campanhas eleitorais e reuniões religiosas. No suplemento literário do The New York Times, o livro e o autor foram chamados de "brilhantes".

Programação

Na condição de ex-aluno de Manuel Bandeira (1886-1968), Zuenir Ventura participa de uma mesa sobre o poeta, discutindo a memória afetiva.

O crítico musical Alex Ross, responsável pela área de música erudita na revista The New Yorker, conversa com o jornalista Arthur Dapieve sobre a música no século 20 – tema do livro O Resto É Ruído.

Arnaldo Bloch participa da mesa Verdades Inventadas, dedicada a autores e livros que trabalham no limite entre fato e ficção, fazendo as duas trabalharem juntas, ou mesclando-as de forma a não deixar claro onde uma termina e a outra começa.

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