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O coreano Kim Jung Gi hipnotizou o público com seus incríveis desenhos ao vivo | Deni Soares/Divulgação
O coreano Kim Jung Gi hipnotizou o público com seus incríveis desenhos ao vivo| Foto: Deni Soares/Divulgação

Curiosidades

Saiba mais sobre como foi a Gibicon 2:

Público

Aproximadamente 20 mil pessoas passaram pela Gibicon 2 nos quatro dias de evento.

Consumo

30 estandes se revezaram no atendimento de um público intensamente consumidor. No caso das mesas dos independentes, no domingo, muitos artistas não tinham quase mais o que vender.

Conselho

Demarcação básica de Klebs Jr., um dos mais respeitados nomes do mercado das HQs: "Três coisas fundamentais para atingir o sucesso: talento, responsabilidade com os prazos e ser uma pessoa bacana. Se você tiver duas características das três fundamentais, já não te faltará trabalho".

Quitute

O Cupcake Heroes, vendido a R$ 6, foi um dos grandes sucessos da Praça de Alimentação, muito embora, a Praça de Alimentação correspondesse a apenas uma cafeteria.

  • Estandes diversos fizeram a festa dos participantes mais consumistas
  • David LLoyd, criador de V de Vingança, teve de fazer sessão extra de autógrafos

Dois momentos foram reveladores em relação aos propósitos da Gibicon 2 – Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba, que ocorreu de quinta-feira, dia 4, a domingo, dia 7, no Museu Municipal de Arte (MuMa). Na sexta-feira, em um horário cruel, por volta de meio-dia, no Teatro Antônio Carlos Kraide, o quadrinista e editor Rafael Coutinho disparava: "O Catarse é uma droga".

Primeira plataforma de financiamento coletivo do Brasil, o Catarse tem sido utilizado com frequência no meio dos quadrinhos e por um bom tempo foi encarado como um oásis depois de sete anos atravessando o deserto artístico. Sua funcionalidade tem sido gradualmente revista. "Fiz um livro pelo Catarse e hoje tenho uma dívida moral com 600 pessoas. Este modelo, o crowdfunding, exaure, faz com que você tenha de monetizar os amigos, transformá-los em público-alvo. Fiquei bem deprimido. Foi selvagem, patético, ridículo", lamentava Coutinho.

Por (um quase) outro lado, o quadrinista curitibano André Caliman, que financiou seu livro Revolta! pelo Catarse, lançado durante a Gibicon 2, afirmou que há, sim, problemas advindos do novo modelo, mas que o mercado nunca foi favorável às HQs, principalmente independentes. "Nós sempre tivemos de ser um pouco mascates do próprio negócio, fazer a parte publicitária da coisa. O Catarse apenas nos obriga a ter uma organização. Mas reconheço que interfere um bom tanto na produtividade", afirma Caliman.

Pouco tempo depois, à noite, um Cine Guarani lotado de fãs de David Lloyd, criador de V de Vingança e da emblemática máscara de Guy Fawkes, recebeu o inglês para uma palestra sobre sua carreira. Entretanto, se o público esperava uma conversa mais direcionada ao caráter crítico de sua obra consagrada e saber o que o autor pensava dos desdobramentos que seu personagem teve nas manifestações de junho de 2013, pode ter se decepcionado. Lloyd defendeu o projeto Ace Weekly, voltado à publicação virtual de histórias em quadrinhos, e deu declarações severas contra a indústria das HQs, inclusive, contra os próprios consumidores. "O problema são vocês, que amam papel."

O inglês, a bordo de seu sotaque indefectível, quase implorou para que os leitores tradicionais se permitissem a leitura em uma tela de plasma para desapegar de vez da experiência tátil. "O futuro é digital. O que importa é o criador, o artista". Talvez insistente nas definições futurísticas, completou: "Se a Marvel e a DC Comics migrassem para o formato digital, as pessoas não deixariam de ler, mas isso não irá acontecer por conta dos contratos de impressão a longo prazo".

Mercado internacional

A mesa Breaking into Comics – Como Entrar nos Quadrinhos nos Dias de Hoje, de sábado, trouxe os medalhões do mercado brasileiro em atividade na indústria internacional. Carlos Magno, que já desenhou Batman e Superman; Will Conrad, de Conan e Homem-Aranha; Ibraim Roberson, de X-Men; e Daniel HDR, do fenômeno Digimon, trouxeram suas experiências e abordaram o gigantismo da indústria norte-americana.

"A questão é: você consegue desenhar razoavelmente bem tendo que entregar duas páginas por dia? Não adianta ter um portfólio lindo e não ser capaz de cumprir os prazos", atirou Will Conrad. "Tem muito quadrinista por aí que sequer tem técnica pra desenhar um cavalo e diz que não tem espaço no mercado", completou.

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