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Na segunda-feira, dia 29 de janeiro, às 20h30, no Teatro HSBC, em Curitiba, Nelsinho ganhará as telas de cinema. O personagem antológico criado por Dalton Trevisan recebeu uma adaptação cinematográfica dirigida por Estevan Silvera e Beto Carminatti. O curta-metragem leva o mesmo título do texto que o inspirou, Balada do Vampiro, e será exibido juntamente com outros dois filmes inéditos, Nossos Gestos, Nossas Almas, de Tiomkin, e Mandarim, de Túlio Viaro. A entrada é franca.

Balada do Vampiro é uma "ode às mulheres", nas palavras de Silvera. Nelsinho, também conhecido como O Vampiro de Curitiba, observa as atraentes moças que percorrem a Rua das Flores, no centro de Curitiba. "A idéia era de que fosse uma adaptação para o teatro, mas depois que Adhemar Guerra falou de dificuldade de se adaptar esse texto, que é muito poético, resolvemos levar para o cinema", explica Silvera. O projeto recebeu recursos por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e foi rodado em película de 35 mm. A direção de fotografia é de Alziro Basbosa, parceiro de longa data de Beto Carminatti, que co-dirige a produção.

O papel de Nelsinho coube ao ator e diretor de teatro João Luiz Fiani. "Já brincaram comigo dizendo que virei o alter ego de Dalton Trevisan. Depois de ter adaptado para o teatro Mistérios de Curitiba, O Vampiro e a Polaquinha e Vampiro contra Curitiba, acabei sendo escalado para interpretar o Nelsinho no cinema", comenta Fiani.

O ator se diz feliz com a experiência, pela "importância que o personagem representa para a literatura paranaense". Enxerga Nelsinho como uma síntese de todos os homens e um resumo do que eles pensam sobre as mulheres. E qualifica o trabalho como muito difícil, pela quantidade de detalhes envolvidos e pela carga de emoção que tem de ser exprimida: "É tudo muito simples e também muito cheio de emoção", afirma, elogiando a direção de atores realizada por Carminatti.

O roteiro é creditado ao próprio Dalton Trevisan, cujo texto foi usado integralmente e sem alterações.

Solidão feminina

O curta Nossos Gestos, Nossas Almas, dirigido por Tiomkim, é um ensaio sobre a solidão feminina. As imagens apresentam quatro mulheres dançando em um bar à espera de um encontro. "É um trabalho bem experimental em que brinco com o cinema fazendo um mistura da holywood dos anos 50 com uma abordagem mais contemporânea na trilha sonora", conta Tiomkim.

As imagens iniciais do curta evocam a era de ouro do cinema americano, acompanhadas por música do período, mas são sucedidas por música dançante ao introduzir as personagens interpretadas pela atriz Alexandra Gil e pelas empresárias Audrey Grubba, Tânia Barcellos e Lorena Schwartz, que estrelam um filme pela primeira vez. "É um trabalho feito sem lei de incentivo, mas com alma", garante Tiomkim, cinéfilo veterano e funcionário do Museu da Imagem e do Som do Paraná.

A operação de câmera em Nossos Gestos, Nossas Almas é de Túlio Viaro, cujo filme Mandarim abrirá a sessão de segunda-feira. Seu curta-metragem busca a atmosfera noir a partir de histórias em quadrinhos. "Eu queria explorar essas ambiências e criei uma situação para dar corpo a essas idéias", afirma Viaro, que dirige e assina o roteiro de Mandarim.

O personagem principal é um homem solitário interpretado pelo escritor e jornalista Jaques Brand. "Esse senhor narra alguns fatos de sua vida nos 12 minutos de filme. A idéia é mostrar com imagens uma coisa enquanto ele, com sua narração, fala de outras. Com esses dois eixos juntos, acabamos entendendo do que se trata", afirma o diretor. A direção de fotografia é de André Sade e a trilha sonora original é composta pelo músico Guto Gevaerd. Viaro também é responsável pelo vídeo exibido no Museu Oscar Niemeyer na extensa exposição dedicada à obra de seu avô, Guido Viaro.

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