Menos de 1% dos livros publicados entre 2001 e 2005 na América Latina foram escritos em alguma das línguas indígenas da região, de acordo com o relatório "Panorama da edição ibero-americana", publicado pelo Grupo Ibero-americano de Editores. Línguas indígenas foram registradas em 243 títulos, ou 0,07% dos títulos editados nesse período na América Latina, aponta o estudo, preparatório para o VI Congresso Ibero-americano de Editores, que começa neste sábado, em Madri.
A família linguística mais registrada foi a maia, com 54 títulos, seguida da quíchua, com 28, e da jaqi (uma língua aymara), com 27. As menos publicadas, registradas em apenas um título, foram as famílias mapuche e arawakan. Para o Grupo Ibero-americano de Editores, essas cifras são pequenas se comparadas ao tamanho da população índigena da América Latina, onde há mais de 16 milhões de falantes de línguas da família maia e cerca de oito milhões de falantes da língua quíchua, segundo dados da Ethnologue, organização que trabalha com essas comunidades.
De acordo com o relatório, as causas dessa desproporção são a tradição oral, que é, para muitas comunidades, "mais importante que a tradição escrita"; os índices "muito baixos" de alfabetização na língua materna indígena; e a diversidade lingüística, que "faz com que a população associada a cada língua seja reduzida". A presença "dominante" de espanhol, português e inglês na América Latina é uma das causas externas que, segundo o Grupo Ibero-americano de Editores, "provocam o desaparecimento de línguas usadas por pequenos grupos de pessoas".
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