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“Foram as bibliotecas que me criaram. Não acredito em faculdade ou universidade. Acredito em bibliotecas porque a maioria dos alunos não tem dinheiro.” | Divulgação
“Foram as bibliotecas que me criaram. Não acredito em faculdade ou universidade. Acredito em bibliotecas porque a maioria dos alunos não tem dinheiro.”| Foto: Divulgação

Los Angeles - Até mesmo o autor Ray Bradbury – famoso escritor americano de ficção-científica, autor de Fahrenheit 451– comprou a briga, mas não foi o suficiente para salvar do fim a biblioteca H. P. Wright em Ventura, na Califórnia.

Como tantas outras espalhadas pelo país, a biblioteca vinha passando por tempos difíceis desde que o orçamento municipal e estadual sofreu consideráveis cortes. Bradbury, um ferrenho defensor das bibliotecas públicas, apareceu em um evento para angariar fundos para a biblioteca em junho último. Mas embora as doações conseguidas nesse evento tenham ajudado a biblioteca a manter-se firme por mais algum tempo, não surtiram efeito em longo prazo e o que poderia ter sido uma medida de auxílio a um déficit de US$ 650 mil acabou por ceder.

O ultimo dia de portas abertas da biblioteca, em 30 de novembro, foi marcado por uma vigília a luz de velas. "Nem é preciso dizer que eles lutaram por uma boa causa", disse Sydney Weisman, porta-voz dos Amigos da Biblioteca San Buenaventura, uma organização não-governamental cuja missão é dar apoio financeiro e comunitário para as três bibliotecas públicas de Ventura e que tentou manter a biblioteca H. P. Wright em funcionamento.

Como tantas outras instituições financiadas com dinheiro público, as bibliotecas também foram maltratadas pela recessão. Sistemas por todo o país diminuíram as horas de trabalho, fecharam filiais e em alguns casos ameaçaram fechar as portas de vez até que foram resgatadas por legisladores ou doações privadas. Várias bibliotecas de Direito no estado de Connecticut serão extintas neste ano.

Ao explicar seu apoio a bibliotecas em geral e seus esforços por Ventura em especial, Bradbury disse em entrevista: "Foram as bibliotecas que me criaram. Não acredito em faculdade ou universidade. Acredito em bibliotecas porque a maioria dos alunos não tem dinheiro. Formei-me no colegial durante a Grande Depressão e nós não tínhamos um centavo. Não podia ir pra faculdade, então fui até uma biblioteca três dias por semana durante 10 anos".

Tradução de Miguel Nicolau Abib Neto.

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