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Fabrizio Andriani usa canetas para fazer os seus desenhos, que dialogam com a cultura pop | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Fabrizio Andriani usa canetas para fazer os seus desenhos, que dialogam com a cultura pop| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo
  • Os rostos dos personagens de Andriani são expressivos e têm influências de máscaras tribais

Os rostos deformados, elemento recorrente na produção de Fabrizio Andriani, estão de volta. A partir de amanhã, dia 2 de fevereiro, uma exposição com o nome do artista entra em cartaz no Sesc Centro (confira o serviço completo da exposição), e permanece aberta à visitação até o dia 26. É a 13.ª mostra em Curitiba desse artista plástico paulistano que se radicou na capital paranaense – isso é um feito para alguém que praticamente se encontra em um "limbo". "Não faço parte do 'time' dos abstratos, nem dos que reproduzem paisagens. Portanto, sou um sujeito praticamente sem interlocução entre os artistas plásticos", afirma.Devido a essa situação, ou postura, ele costuma exibir as suas criações artísticas em espaços alternativos, como bares, restaurantes e cafés. O convite para o Sesc Centro aconteceu da maneira mais inusitada possível. Andriani tem uma agência de ilustrações. No fim de 2009, ele preencheu uma nota fiscal mas, como faltaram alguns da­­dos, uma funcionária do Sesc foi até o seu apartamento-ateliê, no 10.º andar de um prédio situado na divisa do Batel com o Água Verde. Ao ver as paredes tomadas por desenhos, a mulher se surpreendeu com os trabalhos e sugeriu a Andriani que procurasse a entidade para viabilizar uma exposição.

Daquele encontro até agora, o artista reuniu 30 peças. Andriani explica que, para ele, as janelas de contato com o mundo são os mo­­nitores de televisão e do computador. "Daí a origem e o porquê das cores fortes, muitas fosforecentes. Não há muitas cores nem tons pastéis nas telas, por meio das quais um ser urbano como eu entra em contato com o mundo. Uso esses tons fortes nos meus desenhos", afirma.

Além das expressões monstruosas de seus personagens, que praticamente berram nos seus desenhos, e das cores quentes, o que chama atenção é que o trabalho artístico de Andriani é direto. Dito de outra maneira, a arte dele é compreensível. Apesar de cada peça poder vir a ser interpretada de maneira diferente, os desenhos de Andriani comunicam, com muita clareza, emoções como raiva, dor e desespero. Essa "clareza" é intencional. Andriani, que estudou Belas Artes na Itália, procura ser um contraponto aos "colegas" abstratos.

"Veja só: é mais fácil uma pessoa comprar um quadro abstrato para colocar na sala. Sabe por quê? Porque um quadro abstrato pode combinar com um tapete ou com um sofá. Agora, me diga uma coisa: quem é que vai colocar um desenho meu, de um monstro, na sala?", pergunta o artista.

Mas ele não se lamenta. Ao contrário, aproveita o pouco tempo disponível para pintar. Além das demandas de sua agência, que produz ilustrações para livros infantis e campanhas pu­­blicitárias, Andriani leciona disciplinas relacionadas à arte nos colégios Anjo da Guarda e Palmares. Ele abre brechas na agenda para dialogar com quadrinistas, e os quadrinhos são referências na sua produção. O grafite e as máscaras tribais também alimentam o seu imaginário e estão refletidos nas intervenções que ele faz nos papéis com canetas hidrocores, entre outras.

Serviço:

Exposição com 30 peças do artista plástico Fabrizio Andriani (confira o serviço completo da exposição). Sesc Centro (R. José Loureiro, 578 - 3.º andar), (41) 3233-7422. Abertura amanhã as 9h. De segunda à sexta-feira, das 9 às 18 horas. Até 26 de fevereiro. Entrada franca.

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