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Régis Pasquier é bom no que faz. Tão bom, que inspira medo. Não foram muitos os candidatos dispostos a comparecer à aula que o notável violinista francês, Cavaleiro das Artes da França, irá promover hoje, às 15 horas, no Guairinha, em Curitiba. "Ele é tão respeitado que muita gente ficaria embaraçada apenas pela emoção de tocar com ele. É um desafio para poucos", conta o produtor Álvaro Colaço.

No entanto, a coragem não faltou às violinistas curitibanas Priscila Vargas, concertino da Orquestra Sinfônica do Paraná, e Martina Lohmann, que marcarão presença na master class. Simultaneamente, não com menos renome, o violoncelista israelense Michael Haran, da Orquestra Sinfônica de Israel, também promoverá uma aula com Raphael Buratto e Ana Crosatto Thomsin. Para os aprendizes brasileiros, trata-se de uma oportunidade valiosa para fortalecer o currículo, e, para o público, uma chance para ver de perto o trabalho de dois dos nomes dos mais respeitados em suas respectivas áreas.

De noite, às 20h30, pelo ciclo de concertos BankBoston, Pasquier e Haran juntam-se ao último dos convidados internacionais, o pianista francês Emma-nuel Strosser, e ao grupo paulista Solistas Interarte, formado por Pablo de León (violino), Horácio Schaefer (viola) e Roberto Ring (violoncelo), para recriar a atmosfera intimista que fez a fama do compositor austríaco Franz Schubert. Nascido em Viena em 1797, viveu apenas 31 anos compondo cerca de 600 canções, mas permaneceu na invisibilidade a maior parte do tempo. Ficou conhecido mais por seus saraus privados, realizados nas primeiras duas décadas do século 19, festas regadas a vinho e manifestações das artes, com participação de poetas e músicos, que é onde a peças de câmara de Schubert encontram lugar. Ficou a tal ponto associado a essas festas que se tornou o sinônimo delas – daí o nome de Shubertíade.

No repertório de hoje estão o Quinteto em Dó Maior para Cordas op.163, composto apenas dois meses antes da morte do compositor, e Quinteto para Piano e Cordas – A Truta, conhecido por seu quarto movimento e a formação de cordas pouco usual, com um violino, uma viola, um violoncelo e um contrabaixo. "É um luxo, porque temos um repertório inteiramente dedicado a um compositor e por isso teremos a chance de conhecer a sua alma, com duas peças belíssimas, pouco executadas, e de formação incomum", afirma Roberto Ring, violoncelista do Solistas Interarte e curador da série.

"O quinteto para cordas é especialmente profundo, uma obra de tamanha beleza que Arthur Rubinstein pediu que o segundo movimento fosse tocado em seu funeral", completa, em alusão ao celebrado pianista norte-americano. Ring também elogia os amigos e colegas estrangeiros. "O fato de nos conhecermos bem permite que o conjunto funcione com uma química especial", promete.

Restam mais duas apresentações do ciclo de concertos BankBoston. O Quarteto de Cordas de Leipzig irá se apresentar no dia 26 de setembro. No encerramento da temporada, dia 24 de outubro, será a vez do violinista russo Ilya Gringolts, com um recital integralmente dedicado às sonatas e partituras para violino solo de Johan Sebastian Bach.

Serviço: Concertos BankBoston – Schubertíade. Guairinha (R. XV de Novembro, s/n.º), (41) 3304-7982. Hoje, às 20h30. Ingressos a R$ 36 (R$ 24 para clientes BankBoston). Informações (41) 3253-0003 (Telentrega). Master class de Régis Pasquier (violino) e Michael Haran (violoncelo). Guairinha e Auditório Glauco Flores de Sá Brito (mini-auditório). Hoje, às 15 horas. Entrada franca.

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