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Para o crítico, Niemeyer se repetiu nas últimas décadas de vida | Divulgação
Para o crítico, Niemeyer se repetiu nas últimas décadas de vida| Foto: Divulgação

O crítico de Arquitetura norte-americano Paul Goldberger fez nesta quinta-feira (4) uma afirmação que promete figurar entre as mais polêmicas da 11.ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), iniciada ontem na cidade histórica fluminense.

Nos momentos finais da mesa "As Medidas da História", na qual dividiu o palco da Tenda dos Autores com o premiado arquiteto português Eduardo Souto de Moura, ele disse, respondendo a uma pergunta do público, que Oscar Niemeyer "foi a melhor e a pior coisa que aconteceu à arquitetura brasileira".

Crítico da revista "Vanity Fair" e ex-coladorador do "The New York Times", Goldberger, vencedor do prêmio Pulitzer, disse que muitos nomes importantes, como o da arquiteta Lina Bo Bardi, ficaram à sombra de Niemeyer. "O ápice da obra dele foi nas anos 1940 e 50, seus primeiros trabalhos. Nas últimas décadas de sua vida, ele se tornou uma espécie de paródia de si mesmo, imitando, reciclando o próprio trabalho, produzindo prédios curiosos, como o do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, mas que não têm real valor arquitetônico."

Para Goldberger, os projetos iniciais de Niemeyer estão para o modernismo assim como a bossa nova está para o jazz, tendo acrescentado generosas doses de sensualidade ao estilo, mas aos poucos, disse o especialista, ele teria se acomodado com a posição de mito, de gênio. "Ele se diluiu."

Mais diplomático, Moura já havia dito, respondendo à mesma pergunta, que o melhor de Niemeyer está nas duas, três primeiras décadas de sua obra. Tanto Goldberger quanto Moura citaram Paulo Mendes da Rocha como um dos grandes nomes da arquitetura contemporânea brasileira.

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