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O escritor inglês Charles Dickens, em foto realizada por volta de 1860 | Reprodução
O escritor inglês Charles Dickens, em foto realizada por volta de 1860| Foto: Reprodução

Com um pacote de livros que inclui um sobre Charles Dickens (1812-1870), um dos grandes escritores de qualquer tempo, a editora curitibana Nossa Cultura fez um movimento ousado: especializada em audiolivros desde a sua fundação, cinco anos atrás, ela decidiu investir também em livros impressos.

A obra sobre Dickens é O Homem Que Inventou o Natal, resultado da pesquisa feita por Les Standiford baseada numa das histórias mais conhecidas do autor inglês, Um Conto de Natal, em que apresenta o personagem Ebe­­ne­­zer Scrooge, o velho endinheirado e sovina que detesta a felicidade alheia.

A leva de lançamentos se completa com As Guerras Secretas de Clinton, de Richard Sale, sobre o governo do presidente norte-americano Bill Clinton, e O Infiltrado, de Robert Mazur, sobre o crime organizado na Colômbia.

Em entrevista, o diretor da Nossa Cultura, Paulo Lago, explica que a mudança de perfil da editora acompanha uma tendência de mercado. "Até o início do ano, comprávamos apenas os direitos autorais para a publicação da obra em áudio. Agora as negociações são mais abrangentes, e incluem a publicação em papel, áudio e e-book. Cabe a nós escolher qual será o melhor", diz.

O audiolivro é um segmento de mercado pouco conhecido do público brasileiro e a editora continuará investindo no formato. Um dos destaques deste ano será, por exemplo, Água para Elefantes, de Sara Gruen, que vai ganhar uma versão para o cinema com Robert Pattinson (Crepúsculo) e Reese Witherspoon (Johnny e June).

Em meio às novidades do catálogo impresso, estão livros que foram best sellers no exterior, fazendo parte da afamada lista de mais vendidos do jornal The New York Times, como a norte-americana Carol Cassella e o etíope radicado nos Estados Unidos Dinaw Mengestu. No segundo semestre, deve sair a autobiografia de Nelson Mandela, Um Longo Caminho para a Liberdade.

Highlander

Falando das tendências do mercado editorial, Lago diz não acreditar num "produto Highlander", em referência ao filme Guerreiro Imortal, com Christopher Lambert, que fez sucesso nos anos 1980. "Não acredito que todos morram e apenas um sobreviva. Já vimos várias transições acontecerem e boatos que um iria anular o outro, o que não foi verdade. Prova foi o surgimento da tevê, que prometia acabar com o rádio. Depois, que a internet iria acabar com a tevê. Hoje, o rádio continua sendo um dos meios de comunicação de maior abrangência popular e a tevê digital é o destaque do momento. Acho que há espaço para todos, o que é ótimo, e com tantas opções, cada um pode escolher o formato de leitura que melhor se encaixe no seu dia a dia", diz.

E Lago continua: "Para aqueles que passam muito tempo no trânsito, o formato mais indicado é o audiolivro. Ou pessoas que viajam muito de avião, os leitores digitais são mais atraentes, já que se pode carregar vários livros num único suporte. Aliás, uma grande vantagem que vejo dos leitores digitais é no âmbito ecológico. Daqui a um ano, a redução do consumo de papel será uma realidade e as pessoas poderão carregar vários livros em seus aparelhos, que terão uma vida útil muito maior."

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