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MEMÓRIA

Nossa vida vale um livro

Aumenta o número de biografias publicadas sobre a vida de “pessoas comuns” e sobre a trajetória de famílias tradicionais de Curitiba

Família Vieira posa sobre montanha de grãos de café no Norte Pioneiro | Fotos: Arquivo Pessoal
Família Vieira posa sobre montanha de grãos de café no Norte Pioneiro (Foto: Fotos: Arquivo Pessoal)
Casal Boscardin em Santa Felicidade |

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Casal Boscardin em Santa Felicidade

Documento de imigração de Nicolau Boscardin |

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Documento de imigração de Nicolau Boscardin

Capa da autobiografia de José Lázaro Dumont |

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Capa da autobiografia de José Lázaro Dumont

Yolanda e José Lazáro Dumont no dia de suas núpcias |

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Yolanda e José Lazáro Dumont no dia de suas núpcias

Foto antiga do casarão onde vivia a família Boscardin |

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Foto antiga do casarão onde vivia a família Boscardin

Nona Carolina Boscardin posa atrás da cerca de madeira |

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Nona Carolina Boscardin posa atrás da cerca de madeira

Biografia do casal Andrade Viera |

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Biografia do casal Andrade Viera

"Minha vida dá um romance", as pessoas costumam dizer, imodestamente, quando passam em revista as alegrias e desventuras da própria existência. Talvez, em caso da ficção, seja mesmo um exagero.

O mercado editorial, porém, acusa um aumento notável da publicação de livros biográficos registrando a trajetória de famílias e pessoas "como a gente".

São livros escritos de próprio punho ou por ghost writers [escritores profissionais] contratados, que servem para registrar a saga de famílias de imigrantes, de namoros que terminaram em bodas de ouro, de pessoas que fazem cem anos como referência profissional, afetiva e moral.

"Toda e qualquer vida vale um livro. A questão é como você vai escrevê-lo, algo que exige arte e engenho", diz a editora Antônia Schwinden. Ela conta que nos últimos cinco anos a editora Kairós, da qual é dona, publica pelo menos um livro destes por ano.

Exemplo recente é a obra João & Clara – A Travessia do Amor, escrito pela jornalista Regina Kracik Teixeira, que narra a trajetória do casal Clara e João Antonio Vieira. Foi lançado para celebrar o centenário da matriarca. "Começou como um trabalho despretensioso para a família, que ‘cresceu’ durante a edição. A intenção não é a venda, mas que todos os descendentes possam conhecer suas origens", afirma Regina.

"Esses livros também servem para registrar, além da trajetória da vida de alguém, um momento histórico e político", diz Marilena Wolf de Melo Braga, editora do livro Vidas que Vivi, biografia do fundador da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Paraná, Jozé Lázaro Dumont. O relato mostra não só a atuação política de Dumont, mas também se preocupa em esmiuçar a trajetória pessoal e afetiva da família.

Casa dos Gerânios

Algo que, em Curitiba, poucos clãs fazem com o capricho e o cuidado da família Boscardin – uma das 15 fundadoras do bairro italiano de Santa Felicidade. Toda a trajetória dos Boscardin desde a chegada ao Brasil até a luta em preservar das enchentes o moinho e o casarão em que a nona Carolina plantava gerânios nas janelas estão amplamente documentadas no site www.casadosgeraneos.com.br.

A saga dos Boscardin, também vai virar livro, já escrito por Ricardo Hubner, que já biografou a família Madalosso. A ideia do herdeiro Paulo Cezar Pereira é fazer coincidir o lançamento do livro com a reabertura do imóvel, que ainda aguarda uma solução oficial para o problema das enchentes. "O grande sonho da minha mãe, dona Bertilla, é voltar a colocar os gerânios na janela do casarão", conta.

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