• Carregando...
 |
| Foto:

DVDBoca(Boca. Brasil, 2012) Direção de Flávio Frederico. Com Daniel de Oliveira, Hermila Guedes e Milhem Cortaz. Nossa Distribuidora. 100 min. Classificação indicativa: 16 anos. Apenas para locação. Drama.

Cinebiografia de um dos mais famosos criminosos da história de São Paulo, Hiroito de Moraes Joanides (1936-1992), Boca, de Flávio Frederico, parte de uma autobiografia escrita pelo próprio bandido, que era chamado de o "Rei da Boca do Lixo", explorando o tráfico de drogas e a prostituição no centro da capital paulista. Apesar de pronto desde 2010, e de ter sido premiado em dois grandes festivais nacionais – do Rio, em 2010, e Cine PE, em 2012 –, o longa-metragem demorou a ser lançado por aqui, e teve visibilidade muito limitada, mesmo tendo seus direitos de distribuição negociados para 15 países antes de chegar ao Brasil. Acabou fazendo sucesso no mercado pirata.

Por que ver? A competente reconstituição de época e o roteiro, que consegue mesclar aspectos mais pessoais do protagonista a sua vida no crime, tornam o filme um interessante retrato de uma época sobre a qual pouco se ouve falar. Há, inclusive, uma passagem do personagem por Curitiba, onde se refugiou, fugindo da polícia. Daniel de Oliveira se entrega de corpo e alma a Hiroito, embora sua atuação por vezes caia no exagero.

Livro A Loira do Táxi Noturno e O Homem do Hotel Cervantes Edilson Pereira. Swedenborg, 252 págs. R$ 18. Pulp.

O jornalista Edilson Pereira é, talvez, o último folhetinista da imprensa diária paranaense. O gênero já foi a vedete da profissão, nos tempos em que Machado de Assis, e depois Nelson Rodrigues ou Marcos Rey, escreviam histórias de amor, traição e morte.

Com capítulos que acabavam em reticências e mexiam com a imaginação das pessoas, ávidas pelo desfecho na edição seguinte, o folhetim preparou o terreno no imaginário brasileiro para a chegada avassaladora das novelas de rádio e tevê.

Em Curitiba, entre 2010 e 2012, a Tribuna do Paraná apostou no gênero. Duas destas histórias estão publicadas no livro "conjugado" lançado agora pela editora Swendenborg. Na capa, A Loira do Táxi Noturno, uma criação sobre a lenda urbana da "loira-fantasma". Na contracapa, O Homem do Hotel Cervantes passeia pela Curitiba dos terreiros de candomblé.

Por que ler? Os textos de Pereira são enxutos, sem frescuras, de leitura fácil como pedem as boas pulp fictions. Os cenários são as quebradas de Curitiba. Os temas são assassinatos, sexo e mistérios cheios de reviravoltas e desfechos trágicos com climas dos filmes noir.

CD 1 Festa no CéuMenina do Céu. Radar Records, R$ 15,90. MPB.

A banda Menina do Céu, que interpreta MPB em ritmo de xote, lança o seu segundo disco, Festa no Céu. Com 12 faixas, o álbum conta com regravações de canções de alguns ícones da música popular brasileira, como Peninha ("Sozinho"), Gilberto Gil ("Andar com Fé"), Milton Nascimento ("Bola de Meia, Bola de Gude", uma parceria de Milton com Fernando Brant), Luiz Gonzaga ("A Vida do Viajante") e também com composições do grupo, como "Lilith" e "Menino Angola", com participação especial do cantor Arleno Farias.

Na quarta faixa, "Lamento Sertanejo" traz uma roupagem mais limpa que acaba amenizando o peso da letra, que conta a história difícil de um sertanejo na cidade grande. Com o ritmo de xote muito bem elaborado, a versão do grupo apresenta um arranjo articulado, diferente do original de Dominguinhos.

Curioso: A banda desconstrói "Sozinho" (de Peninha), canção marcada pela presença de violão solo, ainda que preservando sua essência. Na versão, utiliza instrumentos de percussão, como pandeiro e triângulo. Mesmo contando com arranjos diferenciados e interpretações modificadas, o disco será uma boa escolha para quem aprecia o xote e e aceita os velhos sucessos em novas roupagens.

ExposiçãoCrisálidas – Fotografias de Madalena SchwartzEspaço It aú de Cinema (R. Comendador Araújo, 731 – Shopping Crystal). Diariamente, das 13 às 22 horas. Até 8 de julho.

Por muitos anos, a elegante e discreta Madalena Schwartz comandou com o marido, Ernesto, na década de 1960, a lavanderia Irupê, instalada no centro de São Paulo. Os passeios da húngara, que emigrou duas vezes (para Argentina e para o Brasil) pela avenida São Luís e pelas ruas Augusta e Consolação, próximas ao empreendimento da família, ajudaram Madalena a despertar para um universo que a interessava: de artistas e transformistas que transitavam pela efervescente cena cultural paulista da década de 1970. A exposição Crisálidas, em cartaz no hall do Espaço Itaú, reúne algumas imagens da fotógrafa que retratam atores, atrizes, travestis, transformistas e personagens do teatro underground. Madalena começou a fotografar, despretensiosamente, aos 45 anos, em um curso no Foto Cine Clube Bandeirantes, e não demorou muito para que ela fosse considerada por críticos a "dama do retrato brasileiro". As imagens da exposição, que também estão registradas em livro homônimo, são do acervo do Instituto Moreira Salles.

Observe: Os retratos que Madalena fez dos grupos Dzi Croquettes e Secos & Molhados.

CD 2TimeRod Stewart. EMI, R$ 29,90. Pop.

A voz rouca e o cabelo desgrenhado louro ainda fazem às vezes de cartão de visita do britânico Rod Stewart. Sucesso nos anos 1970 e 1980, com hits pipocando nas rádios do mundo inteiro, o cantor viveu um certo ostracismo nas últimas décadas. Neste ano, Stewart voltou ao topo das paradas britânicas como seu novo álbum, Time, posto que não ocupava há 34 anos.

"She Makes Me Happy", que abre o disco, se não chega próximo da qualidade de "Da Ya Think I’m Sexy?" (1978), hit de maior sucesso de Stewart, chega a lembrar os melhores momentos da carreira dele, que começou no Jeff Beck Group e depois passou pelo The Faces, isso nos longínquos anos 1960, antes de se lançar em carreira solo.

Preste atenção: O álbum é bom e merece ser ouvido. O lado mais pop, mais animado de Rod Stewart, está em "Beautiful Morning" e "Finest Woman". O Stewart romântico está em "Time" e "Pure Love". A influência escocesa – o cantor nasceu em Londres, mas os pais imigraram da Escócia –, que sempre marcou a carreira do cantor, também não ficou de fora. É possível ser detectado no violino de "Make Love to Me Tonight".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]