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Livro 1Mozipédia – A Enciclopédia de Morrissey e dos SmithsSimon Goddard. Tradução de Carolina Caires Coelho. Leya, 768 págs., R$ 89,90. Música.

Passadas quase três décadas após o fim dos Smiths, Steven Patrick Morrissey, hoje aos 54 anos, continua movendo multidões de fãs. Com previsão de lançamento no Brasil no mês de abril, sua autobiografia vendeu 35 mil cópias no Reino Unido em apenas uma semana, batendo o recorde que era de Keith Richards (Vida).

Enquanto o livro não chega por aqui, os admiradores de Morrissey podem se deleitar com a Mozipédia, do jornalista inglês Simon Goddard: são quase 800 páginas pelas quais estão espalhados 600 verbetes direta e indiretamente relacionados ao cantor, pré e pós-Smiths.

Com ênfase nas histórias que originaram canções e álbuns e suas respectivas referências culturais, a obra disseca tudo o que diz respeito a Morrissey – ficamos sabendo, por exemplo, de sua preferência pelas cuecas da marca suíça Hanro.

Preste atenção: nas histórias curiosas por trás das composições. "There Is a Light That Never Goes Out", eleita pela maioria dos fãs da banda como a canção que melhor representa os Smiths, nunca foi tocada ao vivo como bis, apenas em meio ao repertório dos ­shows. Já "Girlfriend in a Coma" foi inspirada em um releitura ­reggae dos anos 70 para a faixa "Young, Gifted and Black" (Nina Simone). (JG)

Livro 2Perdão, Leonard PeacockMatthew Quick. Tradução de Alexandre Raposo. Intrínseca, 288 págs., R$ 24,90. Drama.

Violência sexual e bullying, apesar de relevantes, são assuntos tão batidos que a impressão é de que nada mais criativo e interessante pode ser escrito sobre esses temas. A prova do contrário é o novo livro de Mattew Quick: Perdão, Leonard Peacock.

Depois de se tornar um campeão de vendas com o romance O Lado Bom da Vida (foram 150 mil exemplares vendidos apenas no Brasil), o autor oferece uma nova e brilhante chance de leitura.

Já nas primeiras páginas da obra, o leitor dá de cara com uma história forte, em que um jovem perturbado planeja assassinar o ex-melhor amigo e depois se suicidar.

O melhor do livro é o texto e a forma de narrativa escolhida pelo autor. As notas de rodapé são usadas para as histórias relacionadas à trama principal, como um espaço para o fluxo de pensamento do personagem, que ali relembra situações e explica fatos que deixam a ficção cheia de detalhes e fazem dela quase real.

Preste atenção: Como se precisasse surpreender ainda mais, o final do livro ganha um tom de suspense quase inusitado. Nesse ponto, lá vem outra forma de narrar: para emular o quase arfar nervoso de Leonard nas "cenas" finais, Matthew escreve seus pensamentos em formatos de haicais. Uma palavra por linha. Um jeito de fazer o leitor acompanhar a aflição do protagonista. (LH)

CDRaphael Rabello & Dino 7 CordasRaphael Rabello e Dino 7 Cordas. Kuarup. R$ 24,90 (disponível a partir da semana que vem). Instrumental.

Uma nova leva de reedições da gravadora Kuarup traz o álbum Raphael Rabello & Dino 7 Cordas, originalmente lançado em 1991 e fora de catálogo há anos apesar da procura. O álbum é considerado histórico por reunir Dino – Horondino José da Silva (1918-2006) –, então com 73 anos, e seu seu jovem discípulo Raphael Rabello (1962-1995) em uma gravação que evidencia as bases do influente violão dos dois instrumentistas.

O disco da dupla foi listado entre os maiores maiores álbuns da história da música popular brasileira no livro 300 Discos Importantes da Música Brasileira, de Charles Gavin, Tárik de Souza, Carlos Calado e Arthur Dapieve.

Por que ouvir? Além de reunir dois grandes violonistas num momento memorável, o disco registra as interpretações de Rabello e Dino 7 Cordas para alguns clássicos da música brasileira, como "Conversa de Botequim" (Noel Rosa), e para músicas essenciais do choro, como "Odeon" (Ernesto Nazareth). Também há obras de João Pernambuco, outro nome fundamental para o violão no Brasil. (RRC)

Livro 3A InformaçãoJames Gleick. Tradução de Augusto Calil. Companhia das Letras, 521 págs., R$ 59. História.

O livro narra as revoluções científicas que levaram à enxurrada de dados dos dias atuais. Uma história que tem início na comunicação por tambores na África, passa pela criação dos alfabetos e dicionários, por invenções como o telégrafo e o telefone, e pelos primeiros computadores, até desembocar na chamada Teoria da Informação, em estudos recentes de genética e na já onipresente Wikipédia.

Figuras importantes nesta história, como Claude Shannon, Bertrand Russell, Alan Turing, Kurt Gödel e Richard Dawkins – cujo conceito de meme foi apropriado pelas novas gerações – são alguns dos personagens que o autor utiliza para ilustrar a narrativa.

Preste atenção: Gleick é um jornalista especializado em escrever sobre temas áridos e científicos. Ex-editor e repórter do New York Times, em 1987 ele publicou Caos, a Criação de uma Nova Ciência, obra finalista do Pulitzer que tratava de temas complexos como fractais e teoria do caos.

Ele também assina uma biografia de Isaac Newton e um longo relato sobre a vida do físico Richard Feynman, pioneiro da computação quântica e da nanotecnologia. (SM)

Tevê pagaDetona Ralph(Wreck-it Ralph. EUA, 2012). Direção de Rich Moore. Com as vozes de Jack McBrayer, Jane Lynch, John C. Reilly. 115 min. Animação. Hoje, às 22 horas, no Telecine Premium.

Esse é um daqueles desenhos infantis que não repetem simplesmente uma fórmula. Existe um esforço para criar um universo à parte, em que, assim como em Toy Story, os personagens de jogos de videogame ganham vida depois que as portas do fliperama se fecham. A semelhança, porém, não vem em detrimento da originalidade. Detona Ralph humaniza o vilão do jogo (inventado para o filme e depois colocado na rede) Conserta Félix Jr., um brutamontes de coração grande que quer virar mocinho. Ele vai parar em outro jogo, Corrida Doce, onde faz amizade com a "bug" do sistema Vanellope von Schweetz, numa alusão à querida Penélope do desenho Corrida Maluca, e vai ajudá-la a recuperar sua identidade de personagem legítima.

Citações: Mesmo para adultos da geração Nintendo, o filme agrada por fazer alusão a diversos games do passado. O próprio Conserta Félix Jr. se inspira em Donkey Kong. Uma reunião de vilões em crise, no início do filme, inclui o monstro dos saudosos Mario Bros., e por aí vai. O filme fica em cartaz nos canais Telecine até fevereiro. (HC)

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