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DVDOs Suspeitos(Prisoners, 2013) Direção de Denis Villeneuve. Com Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal e Maria Bello. Paris Filmes. 153 min. Classificação indicativa: 14 anos. Apenas para locação.

Ao longo de 2h26, o cineasta franco-canadense Denis Villeneuve, que teve seu longa-metragem Incêndios (2010) indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, faz com que o espectador permaneça tenso, envolvido pela trama, e não sinta o tempo passar. Hugh Jackman, no papel mais complexo de sua carreira, é Keller Dover, um dedicado pai de família que vive em uma cidade de porte médio no estado da Pensilvânia. Ele e a esposa, Grace (Maria Bello), levam uma vida sem sobressaltos ao lado dos filhos, Anna (Erin Gerasimovich) e Ralph (Dylan Minnette). Até que essa estabilidade sofre um terrível revés.

No Dia de Ação de Graças, os Dover vão à casa de um casal vizinho, os Brich, onde passarão o feriado. A calmaria é abalada quando Anna e Joy (Kyla Drew Simmons), a filha mais nova dos vizinhos, desaparecem sem deixar vestígios.

Preste atenção: na fotografia do mestre Roger Deakins, única indicação do filme ao Oscar deste ano. Como a trama se passa no início do inverno, quando os dias são mais curtos, cinzentos e chuvosos, o tom sombrio e angustiante das imagens cai como uma luva na trama. (PC)

CD 1Back to BrooklynBarbra Streisand. Sony Music. R$ 24,90. Jazz.

Um CD que é todo Brooklyn, gravado ao vivo numa apresentação de Barbra Streisand que marcou seu retorno ao bairro nova-iorquino conhecido por ser um "viveiro" de artistas após anos de ausência. Aos 16 anos de idade, em 1958, ela deixou sua vizinhança para se tornar atriz e "ser famosa", como dizia que seria já aos 12 anos. E ela conquistou Oscars e outros prêmios por participações em musicais e filmes como Funny Girl e Hello, Dolly!.

O sentimento que ela deixou para trás fica explícito nas longas intervenções que faz com o público entre uma faixa e outra. As canções incluem composições dela mesma ("Lost Inside of You") e de músicos como Andrew Lloyd Webber, Cole Porter ("You’re the Top"), Irving Berlin e Leonard Bernstein.

O jazz rola solto num show que privilegiou algumas canções não tão conhecidas e que falam muito sobre a passagem do tempo, saudade e fama.

Conversas: Em meio ao som ao vivo do concerto, o papo dos habitantes do bairro é testemunha do orgulho que seus conterrâneos sentem pela cantora e atriz. "Ela se fez sozinha, e foi criada como nós, de forma difícil", diz uma conhecida antiga.

No encarte, a famosa tirada: "Você pode tirar a garota do Brooklyn, mas não o Brooklyn da garota". (HC)

Livro 1No Jardim das FerasErik Larson. Tradução de Berilo Vargas. Intrínseca, 448 págs., R$ 34. Romance.

O jornalista e escritor norte-americano Erik Larson mistura ficção e realidade em uma narrativa de suspense para mostrar a crescente tensão em Berlim durante a ascensão nazista. Para isso, conta a história de um personagem real, William Dodd, professor da Universidade de Chicago e historiador, que recebe a missão de assumir a Embaixada de Berlim em 1933, depois de quatro recusas ao posto.

No início, ele e sua família se encantam com o país. Aos poucos, passam a testemunhar a crescente perseguição aos judeus e a implantação de leis cada vez mais opressoras.

Hitler acabava de assumir o poder, a Alemanha estava imersa em problemas econômicos e sociais e a violência do Estado aumentava com o início da perseguição a judeus e comunistas. Na época, Hitler era "apenas" o chanceler (ainda não o führer) e o mundo ainda o via com simpatia.

Preste atenção: No Jardim das Feras é resultado de uma extensa e minuciosa pesquisa que mostra detalhes impressionantes do cotidiano da família do embaixador e da "paz armada" e silenciosa que crescia na Alemanha. Para fãs de livros de guerra, um volume indispensável. (SM)

CD 2And I’ll Scratch YoursPeter Gabriel. Universal Music. R$ 32,90. Rock.

Em 2010, Peter Gabriel lançou Scratch My Back, que trouxe covers do ex-cantor do Genesis para canções de David Byrne, Bon Iver, Regina Spektor, Arcade Fire, Brian Eno e Paul Simon, entre outros. And I’ll Scratch Yours completa o projeto: no novo disco, são estes artistas que fazem suas leituras de músicas de Gabriel – incluindo "Solsbury Hill", que registra uma das últimas gravações de Lou Reed (1942- 2013). As exceções são as participações de Fesit e Joseph Arthur, que substituem os dois casos em que as covers não foram retribuídas: Radiohead e Neil Young.

Preste atenção: nos diferentes caminhos que os convidados de Gabriel seguiram em seus covers. Enquanto David Byrne traz uma abordagem dançante e eletrônica para "I Don’t Remember", Paul Simon leva "Biko" para seus contornos mais essenciais, baseada principalmente no violão. Bon Iver envolve "Come Talk to Me" com os climas e vozes marcantes em seu trabalho, e Stephin Merritt, do grupo The Magnetic Fields, faz uma versão electro pop para a originalmente futurística "Not One of Us". Já o Arcade Fire optou por uma versão mais próxima da original. (RRC)

Livro 2Reflexões do Gato MurrE.T.A. Hoffmann. Tradução de Maria Aparecida Barbosa. Ilustrações de Maximilian Liebenwein. Estação Liberdade, 440 págs., R$ 49.

Esqueça os best sellers Dewey – Um Gato entre Livros (Vicki Myron e Bret Witters) ou Um Gato de Rua Chamado Bob (James Bowen) – se você ama os felinos tanto quanto a boa literatura, seu livro de cabeceira precisa ser Reflexões do Gato Murr, do mestre do romantismo alemão E.T.A. Hoffmann (1776-1822).

Mais conhecido pelas histórias de fantasia, mistério e terror – é autor de O Homem da Areia, que originou o personagem Sandman, de Neil Gaiman – Hoffman inventou o conceito de gato-narrador, tão em voga nos dias de hoje, em pleno século 19.

Após aprender a ler e a escrever na biblioteca de seu dono, a gato Murr resolve produzir a própria biografia, com o intuito de legar à posteridade o registro de sua felina e brilhante passagem por esta existência.

Preste atenção: Para escrever sua biografia, Murr utiliza as folhas de um antigo manuscrito abandonado na escrivaninha de seu dono. As páginas, na verdade, formam a biografia do maestro Kreisler, um compositor incompreendido por estar demais à frente de seu tempo. Ao longo da obra, as duas narrativas se atropelam, sem que um personagem saiba da existência do outro. (JG)

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