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TeatroAlgum Lugar NenhumTeatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655), (41) 3322-7150. Hoje, às 19 horas. Entrada franca. Classificação indicativa: 14 anos.

Hoje é a última oportunidade de aproveitar a peça Algum Lugar Nenhum, da multiartista Maureen Miranda (à esq.) – uma das melhores atrizes da cidade e também gravurista. Ela está em cena ao lado de Chiris Gomes e Felipe Custódio, além de Octávio Camargo ao piano, num espetáculo inspirado no mundo dos sonhos. Os diversos climas que precedem ou acompanham o sono – pesadelos, desejos, viagens – são acompanhados por coreografias pautadas no teatro físico, com destaque para uma singela hora do chá. Em um momento, Maureen se transforma em marionete de ventríloquo e sai carregada por Felipe. Os dotes musicais de Chiris são aproveitados na voz e no acordeão.

De quebra: A cada apresentação da peça, houve a participação de um artista de fora da produção. Hoje, será a vez da coreógrafa Carmem Jorge, que irá tocar violão em cena. O artista cego Wilson Madeira também irá cantar – ao longo desta temporada, a questão da inclusão social foi surgindo e houve até apresentações com tradução em libras. (HC)

CD 1ElectricPet Shop Boys. Sony Music. R$ 29,90. Eletrônica.

Depois de uma relação de 11 álbuns com o selo Parlophone, da gravadora britânica EMI, os Pet Shop Boys resolveram mudar da casa. Electric foi lançado de forma independente pela x2, de propriedade do duo, formado por Neil Tennant e Chris Lowe. No Brasil, o disco chega ao mercado com distribuição da Sony Music. Produzido por Stuart Price (Madonna, Lady Gaga e The Killers, entre outros), o trabalho, que reúne nove faixas, como já anuncia seu título, radicaliza: é, do princípio ao fim, uma obra de música eletrônica, em suas diversas vertentes, mas não deixa de ser pop. Dialoga, de certa forma, com o mais recente CD dos franceses do Daft Punk, Random Access Memories.

Preste atenção: Ao mesmo tempo retrô e futurista, Tennant e Lowe se remetem à dance music dos anos 1980, década em que surgiram, fazem um inusitado cover de "The Last to Die", de Bruce Springsteen, e, em "Love Is a Bourgeois Thing", canção sobre o fim de um relacionamento, usam como base melódica "Chasing Sheep Is Best Left to Shepherds", tema do filme O Contrato do Amor, de Peter Greenaway, criada pelo grande compositor Michael Nyman, autor da trilha de O Piano, entre outras muitas (PC).

CD 2De Lá até AquiMóveis Coloniais de Acaju. Som Livre. R$ 19,90. Pop.

O novo trabalho do grupo brasiliense Móveis Coloniais de Acaju reúne referências que vão dos Beatles a Raimundos, de David Bowie a Motown. Elas estão na faixa que abre o álbum, a ótima "Sede de Chuva" (que fala da constante falta de chuva em Brasília), em "Amor É Tradução" (que tem uma pitada de Bowie e muito de Raimundos), em "Saionara" (que remete ao rock brasileiro dos anos 1980), e em "Sem Fim" e "Melodrama", cujos metais impressionantes trazem o DNA dos artistas da Motown.

De Lá até Aqui é o terceiro disco do grupo. São 14 músicas, todas compostas em conjunto pelos dez integrantes da banda. A democrática parceria reflete na qualidade da produção, com nenhum instrumento fora de lugar, letras bem-amarradas e vocais sem estrelismo.

Por que ouvir? A dançante faixa que dá nome ao álbum, além de "Amanhã Acorda Cedo" e "Vejo em Teu Olhar", seguram bem a qualidade do CD. Formado em 1998, o Móveis Coloniais de Acaju mistura sax, flauta, gaita, trombone, teclado, guitarra, baixo, bateria e a voz de André Gonzales com competência. Vale conferir. (RMM)

TelevisãoCom FrescuraCanal Brasil. Quartas-feiras, à meia-noite, ou de sábado para domingo, às 3 horas. Entrevistas.

Rogéria, a transformista que foi vedete, cantora, atriz, jurada de televisão e que é, sem exagero, um dos ícones da cultura brasileira, comanda, desde junho, o seu próprio talk show no Canal Brasil. Dirigida por André Barcinski, responsável por outros ótimos projetos do canal pago, como o programa comandado por Zé do Caixão e pelo músico Nasi, Rogéria, com muita irreverência, voz e jeito peculiares, entrevista nomes como MV Bill, Alcione, Angela Ro Ro, entre outros. Simpaticíssima, ela consegue se impor como entrevistadora, mas também dá espaço ao entrevistado, já que o programa começa sempre com perguntas amplas. Também não tem receio de tecer elogios aos convidados que sentam com ela no pequeno, mas simpático, cenário com cadeira em formato de scarpin: chamou MV Bill de gentleman o tempo todo, além de falar sobre a aparência física do rapper, com adjetivos como "graúdo" e "espadaúdo". A única ressalva é o tempo curto do programa: apenas 15 minutos.

Acesse: É possível assistir a todos os episódios da temporada pela internet no site canalbrasil.globo.com/programas/comfrescura. (IR)

LivroRei Branco e Rainha VermelhaDaniel Johnson. Tradução de Vitor Paolozzi. Record, 420 págs., R$ 49. História.

O primeiro livro do autor narra a história do xadrez no século 20 e sua indissociável ligação com a ascensão e queda do comunismo. Nos primeiros anos da revolução bolchevique, o Kremlin adotou o xadrez como um símbolo do poder soviético.

A partir de então, os grandes jogadores do país começaram a ser obrigados a competir pelo Estado. O texto mostra como a rivalidade política da Guerra Fria, felizmente evitada no campo da batalha nuclear, foi levada às ultimas consequências nos embates nos tabuleiros.

A supremacia soviética na modalidade perdurou por décadas, até os lendários embates entre Boris Spassksy e Bobby Fisher em 1972. Um momento em que os jogos de xadrez entre Oriente e Ocidente, ganhavam as manchetes e atraíam os olhares do mundo todo.

Johnson é ex-editor literário do jornal The Times de Londres e também um respeitado enxadrista que chegou a enfrentar o fenômeno soviético Garry Kasparov.

Preste atenção: No final, o livro mostra como a influência política de Kasparov é incômoda para o governo de Vladimir Putin na atual arena política da Rússia pós-comunista. (SM)

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