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Livro 1

A Cidade como Cenário

Bruno Stock e Fábio Domingos Batista. Grifo. R$ 30. À venda no Paço da Liberdade e nas Livrarias Curitiba.

Que Curitiba recentemente mudou, é fato dos mais notórios. Repare: há mais gente nas ruas. Os eventos a céu aberto pululam e disputam público. A urbe, assim, se transforma. A Cidade como Cenário, livro com fotografias de Bruno Stock e texto do arquiteto Fábio Domingos Batista, reflete esse momento de transição, de ocupação e de uso do espaço público.

São 110 imagens dispersas em 198 páginas, que dialogam com artigos sobre o processo de urbanização de Curitiba, por exemplo. Antropologia urbana e sociologia também têm o seu espaço. As fotografias recentes, como as dos protestos de junho de 2013 e a do pré-carnaval na cidade, dão a pista: precisamos compreender melhor o lugar em que vivemos.

Preste atenção: Muitas das fotos de Bruno Stock não são necessariamente sobre a cidade, mas sobre a relação das pessoas com ela. Por isso, a foto de um casal abraçado em plena Rua XV, por exemplo, é tão simbólica. O livro nos ensina que estar atento aos detalhes pode nos fazer turista em nossa própria terra natal.

Livro 2

Gume de Gueixa

Jandira Zanchi. Editora Patuá. 94 págs., R$ 30. Poesia.

Terceiro livro de poesias da curitibana Jandira Zanchi, uma das editoras do Mallarmargens – Revista de Poesia & Arte Contemporânea, coletivo-expoente na apresentação de novos escritores nacionais, Gume de Gueixa traz um repertório não usual de erotismo e experiências sensoriais. Jandira é escritora da ordem das experimentalistas, sem necessariamente abdicar do entendimento universal, como no fim de "Enlace": Se da alça da noite/ me morresse, conseguiria que/ jamais me esclarecesse/ o esplendor do dia. É, como dizia Rimbaud, sobre a poesia ser o desregramento dos sentidos.

Preste atenção: De sustos semânticos como ao silêncio/ esperanto/ de si a te farão bem/ os ventos e os barcos/ as velas e as sendas/ os poemas de três passos/ as estórias sem enlaces, há, indubitavelmente, um grande poema, que é o próprio "Gume de Gueixa", que dá nome à coletânea de 24 textos: como me fiz por nenhum motivo/ conheço o luxo de ser nua e insofismável. Não espere uma travessia lírica sem percalços, plana e incolor. Mas o esforço de imersão é muito válido.

Exposição

Paul Garfunkel – Imagens do Brasil

Museu Alfredo Andersen (R. Mateus Leme, 336 – Centro), (41) 3222-8262. Visitação de terça a sexta-feira, das 9h às 18 horas. Sábados e domingos das 10h às 16 horas. Entrada franca. Até 2 de novembro.

O francês Paul Garfunkel chegou ao Brasil em 1927, como engenheiro e executivo. Tomou o caminho totalmente contrário e se tornou desenhista, pintor e cronista em terras brasileiras – sua adoração pelo país, aliás, é uma das principais marcas de seu trabalho. Parte do legado que construiu por aqui pode ser visto na exposição Paul Garfunkel – Imagens do Brasil, em cartaz no Museu Alfredo Andersen até o começo de novembro.

Desenhos, aquarelas, pinturas e fotografias podem ser vistos na exposição dedicada ao artista, um autodidata bastante influenciado pelo impressionismo – esse traço pode ser observado, sobretudo, em suas aquarelas, como, por exemplo, Ipês de Curitiba (foto), entre outras. Aliás, as paisagens das cidades, os homens, hábitos e costumes do brasileiro são temas recorrentes em seus trabalhos. Além da mostra, um livro homônimo sobre o artista também foi lançado. Ele reúne 40 textos de Garfunkel sobre as suas viagens pelo Brasil (cada um deles com versões em português e francês).

Preste atenção: Nas 20 serigrafias e 20 litogravuras originais, coloridas à mão, que fazem parte dos álbuns do artista.

DVD

Enredo

Martinho da Vila, Biscoito Fino. R$42.

Quem é mais legal que Martinho da Vila? Está nas lojas o DVD que reúne vários sambas-enredo compostos pelo músico para diferentes escolas de samba. São obras preparadas para a escola de samba Aprendizes da Boca do Mato, já extinta, até a atual campeã do Carnaval carioca, Vila Isabel.

No material de divulgação, assinado pelo próprio Martinho, ele conta que muita coisa escrita durante sua carreira se perdeu no meio do caminho. "Dos sete sambas de enredo meus, de desfiles da Boca do Mato, só consigo cantar quatro e, da Vila Isabel, também já não me recordava totalmente de dois."

Enredo conta com 16 faixas, 24 sambas ao todo, e tem participações de convidados como Alcione, Beth Carvalho e outros. Um acervo fantástico para qualquer fã de carnaval e do cantor.

Preste atenção: Tão bom quanto os sambas que foram para a avenida são aqueles que perderam as votações nas escolas, com destaque para "Ai, que Saudades que Eu Tenho", limado na quadra da Vila.

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