"É uma arca de Noé". Assim o coordenador do núcleo Mata Atlântica do Ministério do Meio Ambiente, Wigold Schaffer, definiu a área de remanescente de floresta que se transformou nesta terça-feira na Reserva Biológica das Perobas, na região Noroeste do Paraná. O trecho de mata tem 8,176 mil hectares, fica entre os municípios de Tuneiras do Oeste e Cianorte, e foi considerado o único vestígio de um tipo de mata que foi devastada nos últimos 40 anos.
De acordo com Maurício Savi, que coordena a força-tarefa de preservação da Mata Atlântica, ali está concentrada uma tipologia que só tem semelhantes no Parque Nacional do Iguaçu. Segundo ele, na nova unidade se sobressai a peroba, principalmente por ser a árvore mais alta. "Se perdêssemos essa área estaríamos perdendo todo esse ecossistema", ressalta. A área era desabitada e apenas uma empresa deverá ser indenizada.
A criação da unidade de conservação estava sendo questionada na Justiça. Na semana passada, uma liminar barrou o processo de implantação. O Ibama-PR conseguiu revogar a decisão judicial nesta segunda-feira e no mesmo dia o decreto de criação foi assinado. O ministério ainda pretende implantar outras quatro unidades de conservação no Paraná.
O Sindicato Rural de Cianorte informou nesta terça-feira, por meio de seu secretário geral, Onesíforo Cândido, que ainda vai tentar impedir na Justiça a extensão da área a ser preservada no entorno da unidade. Os cerca de 55 produtores rurais atingidos pela medida querem que a área preservada fora da mata seja de 50 metros, em vez de 500.
Deixe sua opinião