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Uma novo livro sobre a vida e obra de Vincent Van Gogh, publicado esta semana no Reino Unido, contraria a ideia de que o pintor teria cometido suicídio -- hipótese que até então era unânime. Os autores de Van Gogh: The Life afirmam que o artista morreu por um disparo acidental.

A obra escrita pelos americanos Steven Naifeh e Gregory White Smith, ganhadores do prêmio Pulitzer em 1990, é resultado de uma década de pesquisa da vida do artista holandês.

Após analisar milhares de documentos e livros relacionados ao famoso pintor, os autores concluíram que, ao contrário do que se acreditava, Van Gogh não se suicidou em Auvers-sur-Oise, na França, em 27 de julho de 1890. Para os autores, o pintor foi atingido por um disparo acidental de René Secrétan, um adolescente de 16 anos obsessivo pelo Velho Oeste. Vestido de vaqueiro e com uma velha arma de calibre 380 na mão, o jovem acabou acertando um tiro no peito do artista.

De acordo com a biografia, o solitário e atormentado Van Gogh, que conhecia o menino e seu irmão desde pequenos, voltou cambaleando de volta à pousada Ravoux, onde morreu 30 horas depois.

Quando alguém perguntou ao pintor se ele pretendia se suicidar, o artista respondeu vagamente: "Acho que sim". Declaração que, para os autores, foi feita para defender René Secrétan e seu irmão Gaston, que também estava presente no episódio.

Os autores argumentam que a versão de suicídio, que influenciou a criação de uma lenda e disparou a cotação dos quadros de Van Gogh após sua morte, não casa com a opinião que o pintor tinha sobre esse ato, que era tachado de 'covarde' em suas cartas.

Provas

Os autores consideram como uma prova o fato de o jovem Secrétan, que disparou acidentalmente no artista, ter se transformado em um banqueiro especialista em tiro. Antes de morrer, aos 85 anos, Secrétan se mostrou vago sobre a morte do pintor em uma entrevista concedida em 1957. Ele afirmou que o Van Gogh que conheceu era 'mais um vagabundo' que o vigoroso artista encarnado pelo ator Kirk Douglas no filme 'Sede de Viver'.

Um texto do escritor Wilfred Arnold também é apontado como uma prova pelos autores. Arnold disse que o historiador de arte John Rewald, que tinha visitado Auvers nos anos 30, ouviu falar de rumores de que Van Gogh tinha sido disparado acidentalmente por dois jovens. Porém, o pintor havia assumido a culpa para protegê-los.

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