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São Paulo – A nova safra do cinema nacional também apresenta sua força na 29.ª Mostra BR de Cinema – Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Depois do sucesso no Festival do Rio, realizado no início do mês passado, os filmes brasileiros marcam grande presença na lista dos mais bem avaliados pelo público do evento paulista, que ajudou a selecionar 15 produções de novos diretores (que realizaram até três longas-metragens) para concorrer ao Troféu Bandeira Paulista, principal laureação da mostra.

Cinco ficções – A Máquina (João Falcão), Cafundó (Paulo Betti e Clóvis Bueno), Cidade Baixa (Sérgio Machado), Cinema, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes) e Quarta B (Marcelo Galvão) – e dois documentários – A Mochila do Mascate (Gabriela Greeb) e Pro Dia Nascer Feliz (João Jardim) – do Brasil competem com outros oito filmes estrangeiros ao prêmio, concedido este ano por um júri internacional liderado pelo diretor Fernando Meirelles (O Jardineiro Fiel). O vencedor será anunciado na próxima quinta-feira, no encerramento do evento, em cerimônia especial no Memorial da América Latina que apresentará uma cópia restaurada do clássico russo O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein, com sonorização feita pela Orquestra Jazz Sinfônica.

"Essa boa presença vem em decorrência da grande participação dos filmes brasileiros na mostra (28 longas-metragens). E há interesse do público por essas produções, isso é muito positivo", avaliou Leon Cakoff, organizador do evento, durante coletiva de imprensa para anúncio dos concorrentes, no sábado passado.

Outro tema comentado na entrevista foi o interesse dos distribuidores brasileiros pelos filmes de arte e independentes, principal foco da Mostra de São Paulo. "Os distribuidores estão atrás da diversidade e a mostra contribui para isso. Muitos filmes deste ano foram comprados antes da confirmação da participação no evento", revelou Renata de Almeida, diretora de programação do evento. "A atividade na área está aquecida, há muitas ofertas. Este ano, aumentamos a quantidade de filmes na mostra, não podemos dizer não a um bom filme. E muita coisa ficou de fora. Mas esse crescimento não é nosso foco principal, queremos continuar trabalhando com a emoção", completou Cakoff.

Filmes

Como acontece todo ano, o público paulista confere de perto a programação da Mostra de São Paulo, lotando as sessões da principais atrações do evento, que começou no dia 20 de outubro. Para conseguir ingressos para filmes badalados como o franco-belga A Criança, dos irmãos Dardenne, vencedor do Festival de Cannes 2005, o espectador precisa chegar cedo na sala de cinema e enfrentar uma grande fila – isso sem a garantia de sair com o bilhete, como aconteceu com a reportagem do Caderno G.

Também tiveram sessões concorridas no fim de semana os novos trabalhos de dois diretores consagrados. Estrela Solitária marca a volta de Win Wenders ao universo de um de seus melhores filmes, Paris, Texas. Com roteiro do dramaturgo Sam Shepard (também responsável por Paris, Texas), que encabeça o elenco da produção, o bom longa apresenta a história de um ator decadente que vai ao oeste americano para encontrar um filho que nem sabia existir. Já o irregular Marcas da Violência, de David Cronenberg (Spider), trata da degradação de uma família americana devido ao suposto passado obscuro do pai vivido por Viggo Mortensen (da trilogia O Senhor dos Anéis) – como sugere o título, o diretor canadense carrega na brutalidade das cenas.

Outras produções interessantes acompanhadas pela reportagem foram: A Máquina, de João Falcão, com uma soberba atuação de Paulo Autran; Sra. Henderson Apresenta, do britânico Stephen Frears, filme de época (ambientado na Segunda Guerra Mundial) baseado numa história real, um presente para Judy Dench brilhar e talvez beliscar mais uma indicação ao Oscar; e Factotum, do norueguês Bent Hammer, com o ator Matt Dillon encarnando com perfeição o personagem Henry "Hank" Chinasky, alter ego do cultuado escritor Charles Bukowski.

O repórter viajou a convite da Mostra de São Paulo.

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