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Coluna de poeira pode ser vista claramente sobre a superfício do planeta | Divulgação/Nasa
Coluna de poeira pode ser vista claramente sobre a superfício do planeta| Foto: Divulgação/Nasa

Porcus volta ao cartaz

Quem não assistiu ao espetáculo Porcus em uma das três apresentações lotadas do Festival de Teatro de Curitiba deste ano – uma delas organizada às pressas como sessão extra –, terá uma nova chance. O quinto espetáculo de humor do Grupo Antropofocus inicia temporada neste quinta, às 20h30, no Teatro Regina Vogue.

Junto com Colônia Cecília, de João Luiz Fiani, a montagem dirigida por Andrei Moscheto compôs o dueto local que se apresentou ao lado de outras 19 peças de todo o país na Mostra Oficial do Festival – de acordo com a assessoria do festival, Porcus foi a primeira peça desta edição a atingir a lotação máxima.

A quinta produção do grupo inova sua temática ao falar de política sem perder o humor. Continua apostando na comédia inteligente e não-convencional das peças anteriores, entre elas Estereotipaciones e Pequenas Caquinhas, mas desta vez sem as costumeiras esquetes humorísticas ou histórias paralelas.

A narrativa ganha começo, meio e fim, para criar um período da história humana marcado por revoluções em diversas partes do mundo. Nesse contexto, líderes mundiais concebem um plano para aculturar os cidadãos. Jogam "lixo cultural" nos esgotos, onde, aos poucos, nasce uma sub-raça, sem nenhum contato com o mundo da superfície. Logo, quem está em cima não lembra mais do que jogou fora.

Serviço: Porcus. Espaço Teatro Regina Vogue (Av. Sete de Setembro, 2.775 – Shopping Estação), (41) 2101-8292. De quinta a domingo, às 20h30. Ingressos a R$ 20 e R$10 (meia). Até 6 de maio.

Durante 20 anos, um homem permanece sentado na poltrona de uma velha casa de madeira, numa cidade fria e úmida. Mesmo com o efeito estufa que vem afligindo o planeta, não é difícil perceber de qual frieza e de que cidade se está falando.

Curitiba – e seus habitantes de hábitos bem peculiares – são os principais responsáveis pelo enclausuramento voluntário do personagem em questão. Mesmo pouco afeito ao relacionamento social, ele vai dividir suas histórias, memórias e fantasias com o público que for ao seu encontro.

Sim, um encontro é como o autor e diretor Marcos Damaceno prefere chamar cada apresentação de seu espetáculo Sobre Tempos Fechados, que abre temporada amanhã à noite, no Teatro Novelas Curitibanas – o primeiro de um quarteto de estréias previstas para ocupar o espaço em 2007.

A própria disposição do teatro – as cadeiras formam um círculo, com o palco dividido ao meio – propicia que a peça de personalidade intimista pensada por Damaceno se realize como uma reunião entre amigos. Bem ao estilo de uma lembrança de infância que o artista transformou em objetivo.

Histórias do tio

Ao passar as férias com a família no sítio do tio, em uma casinha de pau-a-pique, sem luz elétrica ou água encanada, não havia muito o que fazer à noite. Para distrair os visitantes, o dono da casa improvisava uma sessão de contação de histórias, à luz do lampião, em que se revelava um verdadeiro ator. "Ele não só narrava, como se levantava para mostrar os gestos dos personagens. A relação entre ele e a gente era forte, havia uma cumplicidade dificilmente encontrada no teatro hoje", diz.

Crescido, Damaceno decidiu que, como artista, faria reviver aquela experiência. Só poderia ter escolhido o teatro para manusear as palavras, das quais se diz apaixonado. Afinal, ao deixarem o papel e serem proferidas pelo ator, elas ganham vida como as histórias contadas pelo tio.

Sobre Tempos Fechados é fruto de uma pesquisa intensa com a palavra feita já algum tempo pela Marcos Damaceno Companhia de Teatro. "Há teatros e teatros. Existe aquele que te pega pelos olhos e ouvidos, de grande impacto visual e auditivo, e aquele em que se pode sentir a respiração do ator".

Neste último, encaixa-se a montagem, feita sob encomenda para ser apresentada no espaço da Fundação Cultural de Curitiba. À exigência de que a peça tivesse a ver com a cidade, o diretor somou o fato de organizá-la no formato de pequenas novelas – as "Novelas Curitibanas", como o próprio nome do teatro – narradas por três personagens: o homem solitário (Luiz Carlos Pazello), que fala da infância feliz e da desilusão com as relações sociais da fase adulta, a mãe acolhedora e ao mesmo tempo opressora (Rosana Stavis) e a mulher amada (Ludmila Nascarella). A música foi composta especialmente para o espetáculo e é tocada ao vivo por Edith de Camargo e Marcelo Torrone.

Serviço: Sobre Tempos Fechados. Teatro Novelas Curitibanas (R. Carlos Cavalcanti, 1.222), (41) 3321-3358. De quarta a sábado, às 21 horas, e domingo, às 20 horas. Com a Marcos Damaceno Companhia de Teatro. Até 18 de abril.

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