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Quando o primeiro filme da série "Os Piratas do Caribe" foi lançado nos cinemas dos Estados Unidos, não foi levado muito a sério. Baseada em uma atração do parque temático da Disney, a produção era relativamente modesta e voltada a um público adolescente que já não ouvia mais histórias de piratas.

Apesar de tudo apontar para o fracasso, foi um êxito avassalador, faturando mais de 650 milhões de dólares mundo afora. O inegável sucesso resultou em duas sequências, filmadas conjuntamente, "Piratas do Caribe - O Baú da Morte" (2006) e, agora, "Piratas do Caribe - No Fim do Mundo", que estréia nesta sexta-feira no país.

Há inúmeras razões para explicar o fascínio causado pelas produções. A mais evidente é mesmo o carisma de Johnny Depp. O ator é o segredo por trás dos piratas. Em uma mistura de Buster Keaton e Charles Chaplin, Depp mostra um timming perfeito para a comédia, entre o humor pastelão e a fina ironia.

Outro ponto fundamental é a busca constante pelo espetacular, na linha das produções do cineasta Peter Jackson ("King Kong", "O Senhor dos Anéis"). As delirantes cenas de ação, engrandecidas pelo uso de efeitos especiais, recheiam quase toda a história.

O diretor Gore Verbinski opta, então, por distrair o espectador por meio de uma saraivada de batalhas minuto a minuto, em movimentos vertiginosos.

Essa característica de "Piratas do Caribe - No Fim do Mundo", como de seus antecessores, mostra a deficiência da trilogia. A trama, no fim, torna-se apenas uma desculpa para orquestrar as elaboradas perseguições e escapadas. Não por acaso, a história ganha reviravoltas por vezes absurdas, apenas para envolver mais personagens nos conflitos.

Como os filmes são sequenciais, é imprescindível assistir aos dois primeiros para entender as nuances do enredo. Como já diz o título, o terceiro capítulo de "Piratas do Caribe" já começa com Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley) em direção do suposto fim do mundo para encontrar Jack Sparrow (Johnny Depp).

No último filme, ele havia sido engolido por um monstro aquático, Kraken, a mando do temido capitão do navio-fantasma O Holandês Voador, Davy Jones (Bill Nighy), sendo levado para o que supostamente parece ser uma outra dimensão.

Para isso, eles precisam angariar o apoio de uma confraria de piratas, formada por oito lordes provenientes das mais longínquas partes do mundo. Destaque aqui para a participação especial do Rolling Stone Keith Richards (que inspirou o personagem de Depp).

Enquanto isso, o casal é perseguido pela esquadra do comandante da Companhia das Índias Orientais, lorde Beckett (Tom Hollander). O vilão não apenas quer prender os heróis, como também exterminar todos os piratas e ter o domínio dos mares.

Embora Gore Verbinski conte uma história tenebrosa, aproximando-se bastante do sinistro e violento, o clima zombeteiro ameniza a produção. A figura de Jack Sparrow, somada a personagens secundários cômicos, faz com que "Piratas do Caribe" não afunde sob o peso da falta de uma estrutura narrativa e tanta maquiagem.

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