Belo Horizonte - A Companhia Brasileira de Ópera, novo projeto do maestro John Neschling, inova na utilização da tecnologia. Com ela, dá mobilidade a produções que, tradicionalmente, demandam espaços fixos e cenários complexos. Sob a direção cênica de Pier Francesco Maestrini e a regência do próprio Neschling, O Barbeiro de Sevilha, de Rossini (1792-1868), estreou no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, na última quinta-feira e, ao longo dos próximos cinco meses, passará por outras 14 cidades, incluindo Curitiba. A minitemporada acontecerá de 21 a 25 de julho, no Teatro Positivo (confira o serviço completo).
A criativa animação realizada pelo cartunista Joshua Held corre sincronizada com a música de Rossini durante todo o espetáculo. Além de substituir cenários, ela apresenta cada uma das personagens senza parlare antes que apareçam em carne, osso e voz , e permite diferentes interações com os cantores.
Edward Said disse que a comédia "procura seus materiais no comportamento inoportuno, como no "velho que se apaixona pela moça; mas "é também a própria comédia que propicia a restauração do oportuno. Se O Barbeiro é exemplo disso, a encenação parece enfatizar demais os elementos ridículos para além das sutilezas do classicismo rossiniano.
Esse nivelamento beneficia o Conde (Luciano Botelho), mas retira malícia de Rosina (Anna Pennisi) e afeta o Fígaro (Leonardo Neiva), que perde muito de seu ar "falstaffiano e fica sem força, presa do riso fácil. Mas nada disso interfere na interpretação musical, que esbanja leveza e inteligência: boa orquestra, integração entre vozes e instrumentos e um extraordinário Bartolo construído pelo baixo Pepes do Valle.
Serviço
O Barbeiro de Sevilha. Teatro Positivo (Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. De 21 a 25 de julho. Ingressos: de R$ 54 a R 74 (inteira). Confira o serviço completo
-
Estado brasileiro normaliza iniciativas para blindar autoridades de críticas
-
A história sendo escrita agora: nas universidades, impeachment de Dilma vira “golpe de 2016”
-
Senado debate inteligência artificial nas eleições, mas não considera riscos globais da tecnologia
-
Uma farsa eleitoral sem observadores, mas visível aos olhos de todos
Deixe sua opinião