"O Cheiro do Ralo" pode estar entre premiados

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Park City, EUA – Hoje à noite, os organizadores da 23.ª edição do Sundance divulgarão os vencedores dos troféus independentes. Em todos os pontos da pequena Park City, o assunto predominante é sobre os prováveis premiados e sobre os filmes que os executivos dos estúdios irão comprar, ou já compraram.

Alguns filmes já têm distribuição, o caso de Teeth, de Mitchell Lichtenstein, sobre o mito greco- romano da vagina dentada, e Never Forever, de Gina Kim, adquirido por US$ 4 milhões pelos irmãos Weinstein.

Muitas outras produções estão em negociação e nessa hora uma premiação pode representar uma grande ajuda e certamente um valor de aquisição mais alto.

O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia, que concorre na mostra Cinema Mundial, é um dos que estão no páreo para algum prêmio do festival. O filme foi muito bem recebido na estréia, teve todas as demais sessões lotadas e o boca-a-boca faz muitos elogios ao tema fora do convencional, à ótima direção de Dhalia e à excelente interpretação de Selton Mello vivendo o sádico e divertido Lourenço.

História real

Life Support, de Nelson George, que vai encerrar o festival, foi apresentado ontem em sessão especial para a imprensa. O filme, sobre uma comunidade afro-americana em crise devido a uma epidemia do vírus da aids, é baseado na história real da irmã do diretor e seu núcleo familiar.

Ela é Ana Wallace, uma mulher forte e persistente que não se curva diante das adversidades e procura canalizar sua energia para o trabalho que desenvolve com um grupo de doentes. A história é contada através dos olhos de uma mulher que sobreviveu à doença e é mãe de um ex- drogado.

O diretor utilizou uma mistura de pessoas da comunidade HIV do Brooklyn com atores profissionais. Entre eles, está Queen Latifah, num desempenho brilhante no papel de Ana, e Evan Ross e Tracee Ellis Ross, filhos da lendária cantora Diane Ross.

O filme tem uma mensagem político/social forte, mais uma desta edição, uma das mais politizadas da história do festival.