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A maranhense mantém o estilo dor de cotovelo antenada com as novidades | Arquivo Gazeta do Povo
A maranhense mantém o estilo dor de cotovelo antenada com as novidades| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Para a geração que cresceu assistindo ao Casseta & Planeta e nunca ouviu falar em Pasquim, descobrir que o humorista Reinaldo – célebre por personagens como "Devagar Franco", "Ótima Bernardes", "Dr. Dráuzio Careca" e "ET de Varginha"– é um cartunista de mão cheia pode parecer a revelação de uma identidade secreta.

Mas, antes e depois da "transformação" de Reinaldo em Casseta, ele desenhava, e o resultado pode ser conferido no livro Reinaldo – Desenhos de Humor, que será lançado amanhã em Curitiba, com direito a bate-papo com o autor e sessão de autógrafos.

O livro reúne uma coletânea de desenhos que Reinaldo publicou ao longo de sua carreira, desde o primeiro cartum que apareceu em 1974, no Pasquim, até os mais recentes, como as tirinhas de jazz. "O cartunismo de jazz no Brasil é um nicho de mercado tão pequeno que só cabe um, no caso, eu", revela Reinaldo, no livro.

A seleção ficou por conta do próprio humorista e do cartunista Jaguar, um dos editores do Pasquim e "consultor de humor" da editora Desiderata.

Marcam presença também desenhos publicados nas revistas Chiclete com Banana, Careta, Papel de Bobo, Bundas, Planeta Diário e Casseta & Planeta, além de alguns inéditos.

"Eu comecei a trabalhar no Pasquim no ‘começo do final’ da censura prévia, mas era tudo muito maluco. A gente mandava o desenho original e ele voltava todo rabiscado e escrito ‘vetado’. Mas o Jaguar e o Millôr tinham uma estratégia: mandavam um monte de textos sem o menor sentido para Brasília, só para dar trabalho para os caras. As vezes os censores se cansavam e deixavam passar alguma coisa bacana", conta Reinaldo em entrevista ao Caderno G.

Prepare-se para um humor cortante com boas pitadas de nonsense nas tirinhas de Reinaldo. "O cartum tem uma linguagem muito diferente da TV. Você tem que condensar no texto e imagem uma idéia muito forte", explica o humorista, que vê com bons olhos a capacidade do brasileiro em transformar a vida em piada."É tudo tão grotesco que é melhor ficar com o escracho do que ficar endeusando a vida. Sujeito que tem humor nunca entraria no fanatismo."

Reinaldo ressalta que nunca teve problemas de falta de assunto. "No Brasil, até deputado já nasce personagem pronto". Como não cansa de lembrar o humorista José Simão, o Brasil é o país da piada pronta. É rir para não chorar.

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Serviço: Lançamento do livro Reinaldo – Desenhos de Humor (Desiderata, 128 págs., R$ 29,90). Bate-papo e sessão de autógrafos com o humorista. Praça de Alimentação do Shopping Curitiba (Rua Brigadeiro Franco, 2.300. Piso L4). Amanhã, às 19h30. Entrada gratuita.

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