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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Visite

Frida Kahlo – As Suas Fotografias

Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico), (41) 3350-4400. Visitação de terça-feira s domingo, das 10h às 18 horas. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada). Até 30 de novembro.

  • A estudante de Letras da UFSC Camila Marcon veio de Florianópolis com um grupo de 43 pessoas especialmente para a mostra
  • O gaúcho Leonardo Stoll de Moraes aproveitou a vinda a Curitiba para um congresso e passou uma tarde no MON
  • Alunos em visita: setor de agendamento está lotado até o final de outubro

Não tem tempo bom ou ruim que atrapalhe ou justifique: é praticamente impossível chegar no Museu Oscar Niemeyer (MON) no fim de semana e não encontrar fila para entrar – muitas vezes, quilométrica. A principal "responsável" por esse fenômeno é a artista mexicana Frida Kahlo (1907-1954), cujas fotografias, tanto as feitas por ela como as de seu acervo pessoal, estão reunidas na mostra Frida Kahlo – As Suas Fotografias, que já levou mais de 60 mil pessoas ao espaço (entre os dias 17 de julho e 31 de agosto). O balanço de público foi divulgado pelo MON na semana passada.

A visitação da exposição em Curitiba já é recorde na sua itinerância mundial, que começou pela Cidade do México e passou por Lisboa, em Portugal, e Long Beach, nos Estados Unidos. O dia de abertura (17 de julho), também foi o maior público do MON em inaugurações até agora: 1,2 mil visitantes em pouco mais de três horas. O sucesso da exposição ocasionou algumas mudanças, como o controle de acesso à sala por senhas (no máximo, 150 por vez).

O setor de agendamento de visitas, que acompanha e monitora grupos que desejam fazer visitas monitoradas, também anda com muito trabalho: até o fim de outubro, não há mais nenhum horário disponível na agenda do MON, e a média de pessoas, somente nesses grupos, é de 800 pessoas por dia. A arte-educadora Claudia Virginia conta que o museu tem recebido excursões – principalmente de Santa Catarina, litoral e interior do Paraná – quase diariamente. "Tivemos um rapaz que pegou um avião e veio de Rondônia especialmente para ouvir a Hilda Trujilo Soto [diretora do Museu Frida Kahlo, no México, e que esteve em Curitiba na abertura]", conta.

E não é difícil encontrar no museu gente de norte a sul do país, mesmo nos dias de semana: a estudante Gláucia Jong, de Belém do Pará, aproveitava o dia livre antes de um congresso sobre Neurocirurgia para passear no MON. "Eu já estava sabendo da mostra, um colega de Belém veio e me recomendou muito." No dia, ela conheceu o gaúcho Leonardo Stoll de Moraes, que também estava na cidade para uma conferência em Biologia. "Eu já tinha interesse em conhecer o museu, então a exposição foi só um impulso a mais. Ela [Frida] transmite a sua história e militância só no olhar", acredita Stoll, que se surpreendeu com as cirurgias pelas quais a artista passou. "Não sabia que tinham sido tantas."

Facetas

Por retratar o lado íntimo de Frida Kahlo, a exposição vem surpreendendo até mesmo quem já conhecia bastante da história da mexicana. É o caso da estudante de Letras-Espanhol da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Camila Marcon, que veio especialmente para a mostra em uma excursão "bate e volta" de Florianópolis, junto com outros 43 alunos da faculdade.

Camila, que trabalha com pesquisa em literatura hispânica, não imaginava a grande influência do pai de Frida (Guillermo, que foi fotógrafo profissional) na vida da pintora. "Não sabia o quanto ele tinha sido contemporâneo. Também me surpreendi com as fotos recortadas", fala a estudante, sobre uma série de imagens em que Frida recortou o próprio rosto dos registros.

Na contextualização sobre a mostra, dois fatos costumam impressionar bastante os visitantes, conta o monitor do MON, Tiago Ortiz: as múltiplas fraturas, ocasionadas pelo acidente de ônibus que Frida Kahlo sofreu, aos 18 anos, sua bissexualidade e o formato de casamento com o muralista Diego Rivera (1886-1957). "As pessoas se chocam pelo fato de os dois terem amantes e assumirem esse formato tão liberal para a época."

Além das 240 fotografias, o museu também exibe, anexo à sala, o documentário Natureza Ferida. Memória Viva de Certos Dias, sobre a vida de Frida Kahlo. Por causa do número de visitantes, a mostra foi prorrogada, e fica em cartaz até o dia 30 de novembro.

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